Oito passos para viver mais simples

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 Meu Viver Mais Simples começou como a busca por um caminho próprio na base da tentativa e erro.
Alguns erros viraram grandes acertos e este sonho tomou (e toma corpo) a cada dia:

Um novo trabalho, um conhecimento mais profundo de mim mesma. Uma revolução.pessoal.

Viver Mais Simples tornou-se também viver mais fundo, viver mais inteira, viver mais presente.
Hoje percebo que viver mais simples é empreender minha jornada autêntica dentro do meu tamanho, sem esgarçar-me.

Em tempo de primavera, reconto para mim e para nós esta trajetória, na esperança de acender novas centelhas em vocês e em mim.

Para vocês, oito passos para viver mais simples.


#1 Honrar a Raízes Fundas.
Meses antes da decisão de mudar de deixar a vida de executiva, minha avó Gisela morreu.
Eu estava em São Paulo, de onde havia acompanhado desarvorada os dois anos do câncer que a levou.
Cheguei em Quissamã, terra ancestral de minha família.  Chorei de saudades durante a missa. No enterro, a irmã de vovó, Tia Lili, fez a constatação que virou semente dentro de mim: “Gisela viveu todos seus talentos”.
Neste momento brotou a pergunta inspiradora: “Estava eu vivendo todos os meus talentos?“.

Raízes Fundas são nossa história, nossa ancestralidade. Avós, pais, mães e toda a aldeia que nos criou.
Buscá-las é reencontrar nossos valores.  Reconectar-se com nossa pureza de criança, sem desperdiçar nossa força e sabedoria de adultos.
Para olhar para a frente com segurança, é importante saber de onde viemos. E eu vim de uma dinastia de heróis, homens e mulheres de bem que atravessaram montanhas para eu pisar neste chão de hoje.
Do alto do ombro destes gigantes, construo minha própria jornada.

#2 Desvestir-se de máscaras
Aprendi com Brené Brown que, para ter um coração inteiro, é preciso praticar a vulnerabilidade.  Ao despir-me de armaduras e máscaras, vivo relações mais verdadeiras.  Cultivo sentimentos profundos.  Lido mais inteira com a dor das perdas e fracassos. Acolho minhas imperfeições.
Andar sem máscaras é duro. Intenso.  Exposto. Não agrada todo mundo. É arriscado.
Mas andar assim abre o horizonte para uma vida inesquecível.
Viver assim nos permite SENTIR  a vida correndo nas veias. Amar e ser amados,sem tantas mentiras.
Descortina a possibilidade de ser verdadeiramente humano, real, presente.
Dá trabalho, mas tem um sabor inigualável.
Assim escolho viver. Sem máscaras, descalça. De coração inteiro.

#3 Cultivar o músculo da coragem
Ser quem a gente é tem um preço.  Nadar na raia mais funda. Enfrentar a solidão real de ser único, com dores e medos particulares.
Sair da estrada  mais trilhada. Experimentar ineditismos.
Não é fácil arriscar ser diferente.
Para isso é preciso coragem.
Felizmente, coragem se cultiva.
Coragem é agir com o coração. E o coração é um músculo.
E como mora no coração, a coragem se fortalece com exercícios.
Requer também cuidado para não exagerar na carga de primeira, para não distender o que não se pode.
Podemos começar por uma pequena coragem. Um pequeno gesto de ousadia, num terreno mais ou menos conhecido.
À medida que nossa coragem ficar mais forte, tentaremos algo novo, algo a mais.
E assim, de passo em passo, a coragem se expande para onde nem imaginávamos ter musculatura para ir…

#4 Praticar o Por que não?
Uma forma de cultivar coragem é experimentar novidades.
Assim nasceu o por que não?
Propus-me um desafio: não negar nenhum convite que não ferisse algum valor meu ou fosse extremamente caro.
Confiando nos amigos e deixando um pouco ao acaso, fui ultrapassando fronteiras de meus preconceitos e medos. Cultivei coragem. Amplie horizontes. Me diverti.
Por que não?

#5 Menos é mais
Uma das maiores barreiras para viver um caminho próprio é o medo: “e se o dinheiro faltar?”
Este é um medo real e deve ser cuidado.  Só pude fazer um grande movimento porque tinha uma reserva para estes primeiros anos.
Portanto, uma iniciativa importante foi redimensionar minha relação com o consumo, perguntando o que realmente é importante para mim, do ponto de vista material.

Mas além do dinheiro, o tanto que acumulamos também nos desgasta de outras formas. “Quem tem muitos vestidos, tem muitos botões para pregar”. Aprendi lendo Presente do Mar.
O tamanho de nossa casa e a quantidade de objetos que possuímos traz implicações sérias na nossa gestão de tempo e energia. Manter, consertar, limpar. Todos os dias.
Além disso, o acúmulo de tralhas pode gerar bagunça que nos cansa e desgasta. Sem falar se você acredita que objetos quebrados ou sem uso “vazam” energia…
Bom, melhor seguir o conselho de Balú, do filme Mogli: “Necessário, somente o necessário. O extraordinário é demais…”

#6 É preciso ter Ancoragem
Cultivar coragem, buscar viver com o essencial. Andar por aí, vulnerável.
Tudo isso demanda energia, fé, autoconhecimento.
Por isso é preciso ancorar-se.
Ancorar-se em pensamento positivo, boa alimentação e sono.
Ancorar-se em práticas de autoconhecimento e espirituais.
Recolher-se, praticar o silêncio, pausar.
Não é possível avançar na jornada de autenticidade sem ir se cuidando pelo caminho.
Peça ajuda e se ajude.

#7 Amarra o teu  arado a uma estrela:
Ser quem a gente é tem um preço e geralmente é alto.  É possível desanimar se não compreendemos o sentido de tanta luta.
Para isso, gosto de traçar vontades frouxas ao início de cada ano.
Vontades frouxas para que não sejam metas estritas que me apertem.
São mais como intenções, com comportamentos e atitudes concretos para transformá-las em realidades.
Frouxas também porque o tempo e o viver da vida real trazem oportunidades não vislumbradas e fecham portas. Portanto é preciso plasticidade para não nos perdermos durante a travessia.
Vontades frouxas podem ajudar na vida pessoal e profissional, sempre interligadas, numa jornada de coração inteiro.
As minhas para 2014 são estas AQUI.

#8 Avançar, cair, levantar.
Sem prática, não há viver mais simples.  Quiçá um sonhar mais simples, mas vida é ali, na rua e na estrada.
Esta prática cobra seu preço.  Tentativas e erros, comentei no início.
Pedras, tropeços. Desânimo, medo, vozes dentro e fora. Preocupação financeira, iniciativas que murcham.
Mas a prática é onde mora a beleza de ver o trabalho realizado. As conquistas na mão.
O impacto da gente no mundo, que a nossa luz ilumina a luz do outro.
Sobretudo, um propósito para estar aqui: o legado que queremos deixar.
Hoje, posso dizer:
Sim, eu vivo todos os meus talentos (e ainda descobri outros tantos).
Então, abraço a som
bra da pedra e uso de ancoragem e amizades para levantar das quedas.
Meu arado está amarrado numa boa estrela: “despertar,  com palavras, o florescer do outro
Navego por muitos rios, mas todos desembocam neste mesmo oceano de ser eu mesma, interdependente dos outros.

Este é meu caminho único e o faço descalça, com prazer e o medo necessário.
Mas sobretudo, com muita coragem e esperança.
E você?
Qual o primeiro passo para o seu viver mais simples? E a serviço de quê?

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