Para a arquibancada

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Escolher um caminho novo é estar vulnerável a surpresas e obstáculos.  Quanto mais diferente a escolha, mais incerto é nosso destino. Daí ser fundamental acreditarmos em haver um sentido por trás de tanto esforço.

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Neste contexto, a incredulidade alheia é uma das barreiras mais duras que enfrento no Viver Mais Simples. É muito provável que pessoas queridas estejam  aflitas neste exato momento, temerosas por meu futuro. Considero-me afortunada por ser amada por tantos.
Por isto gostaria de garantir a todos que me amam de que sou uma aposta certa. Mas não posso.

Estou bastante animada com minha capacidade de sobreviver aos experimentos que estou conduzindo (e inevitáveis fracassos). Mas sim, há um considerável risco.  As reservas vão lentamente se esvaindo e ainda não tenho uma renda regular.
Meus planos estão cada vez mais perto de se concretizar, mas ainda falta ir “ao mercado”. E nada garante que haja compradores…
Luto para não me afogar em tantas ideias, buscando fazer enquanto crio continuamente ideias para projetos, cursos e livros.
É uma força danada para realizar. É uma briga enorme para não sucumbir á tentação de pedir abrigo nas corporações amigas.

Será que eu já posso escrever o primeiro livro sobre o tema “Viver Mais Simples”?  Será que eu tenho cacife para fazer um workshop de orientação em construir uma carreira própria? Será que meu negócio de gastronomia vai prosperar? Eu nunca fiz isso, não sou psicóloga nem coach e estou nesta jornada há pouco mais de um ano…
Será que eu tenho experiência suficiente? Ancoragem suficiente? Conhecimento suficiente? Idade suficiente?

Talvez não.

Por isso aprendi com a experiência do Rio Criativo e agora meu modelo de negócios é assim: investimento mínimo, risco mínimo.  Estou apostando no meu capital intelectual, na minha experiência, nos meus aprendizados recentes e na minha rede de contatos. Se falhar, ok, sem grandes prejuízos.

Mas eu acredito que dará certo e sabe por quê?

Eu nunca tinha sido gerente de vendas quando assumi um time de onze vendedores quando tinha apenas 22 anos. Eu era a mais nova gerente da Souza Cruz e também a primeira mulher.  Eu era inexperiente, boba mesmo. E apesar dos gigantescos tropeços do início, deu bastante certo. Concurso de vendas ganho. Time fechado comigo e me apoiando sem restrições. Temporada em Londres e  um bonito legado quando deixei a empresa. O que eu  tinha? Minhas memórias felizes, bons exemplos, grandes amigos, um parceiro para toda hora. E uma grande torcida.

Eu nunca tinha sido mãe quando engravidei do Léo. Como agravante, estava longe de minha própria mãe, madrasta e sogra. Aliás, não havia ninguém da família além do Lucrécio. E acho que sou uma boa mãe para meus dois filhos, apesar das derrapadas eventuais.  O que eu tinha? Minhas memórias felizes, bons exemplos, grandes amigos, um parceiro para toda hora. E uma grande torcida.

Eu nunca havia liderado interações com altos executivos quando fui para São Paulo. Muito menos tinha feito apresentações em inglês para dezenas deles, questionando suas decisões e crenças. Mas fiz. E saí da Johnson & Johnson com parceiros no Brasil, América Latina e na matriz americana reconhecendo minha capacidade em planejamento estratégico. O que eu tinha? Memórias felizes, bons exemplos, etc, etc, etc.

Não tenho a intenção de usar estes fatos para contar vantagens. Se tudo isso fosse o mais importante, estaria lá até hoje. A mudança que fiz foi necessária para a minha sobrevivência. Todos reconhecem que estou transformada, radiante, feliz, melhor do que antes.

Ainda assim, é comum eu  ouvir questionamentos sobre a minha capacidade de realizar uma determinada tarefa. Ou um olhar amoroso-amedrontado quando narro uma das minhas “viagens”.

Sei que eu deveria seguir em frente, simplesmente ignorando o ceticismo, o medo, a angústia alheios. Mas é desafiador para mim, por que tenho o mau hábito de me impressionar com o que os outros pensam.

Estou brigando contra este “defeito” e melhoro um pouquinho a cada dia. Mas sempre haverá aquele momento em que vou escorregar.

Nesta hora, só posso pedir a vocês:  sejam minha grande torcida. Se minhas aventuras derem errado, eu conto com minhas memórias felizes, bons exemplos, grandes amigos, meu parceiro para toda hora.

Portanto, desejem-se sorte e vamos em frente!

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Showing 2 comments
  • **Elisa**
    Responder

    Obrigada, Letícia, pela indicação do texto!
    Entendi profundamente e, compactuando com seu caminho que é similar ao meu, honro suas palavras! Gratidão!
    Sigamos pela luz!

    Elisa

  • Leticia Carneiro da Silva
    Responder

    Querida, Elisa!
    Sempre pela luz, com medo e tudo!

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