“Quem me ensinou a nadar, quem me ensinou a nadar…
Foi, foi, marinheiro
Foram os peixinhos do mar”
Canção de roda
Cada um tem seus poderes mágicos. Assim acredito.
O meu são os peixes.
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Sempre aconteceu comigo: eu fazer perguntas e pessoas me contarem coisas especiais, muito íntimas.
Geralmente seguidas pela frase surpresa: “Não sei porque estou te contando isto”.
Eu sei. São os peixes.
Peixes que sussurram perguntas que pulam pela minha boca.
Pulam como peixes.
Peixes que nadam dentro de mim e então saltam para o espaço, na forma de palavras, lágrimas e abraços.
Será que invoquei estes peixes no meu amor desde sempre pelo mar?
Não sei.
Quando estava grávida, os peixes brincavam como cada peixinho que eu gestava e eles eram felizes juntos. Talvez por isso, cada gravidez foi um momento mágico de paz, mesmo antes do Viver Mais Simples.
E agora, grávida de tanto futuro, os peixes saltitam alegremente dentro de mim, despertando-me em algumas noites.
Aprendo a lidar com eles, estes peixes. Peço que amorosamente me deixem dormir.
Evoco-os para alimentar almas aflitas com um dilema.
Meus peixes amigos.
Peixes do meu Japão amado, de meu mar de Carapebus. Peixes do não-mar de São Paulo, no entanto tão caudaloso.
Meus peixes. Nossos peixes.