Há lugares que permanecem vivos dentro de nós.
Mistura de memórias felizes, sabores, sons e cheiros.
Lugares onde fomos profundamente felizes, onde experimentamos transformações, onde nos conectamos com pessoas inesquecíveis.
São Paulo é assim, no meu coração.
2013 foi um ano intenso, precisava recarregar.
Instintivamente, fui contra o fluxo.
Uma semana de férias em Sampinha, como meu filho carinhosamente a apelidou.
E o ano novo.
Escolha incomum, como prontamente descobrimos ao atravessarmos avenidas vazias em plena manhã de domingo.
Foi um intervalo relaxante no ritmo louco de dezembro.
Passeamos por entornos familiares: a Liberdade e sua feirinha. O Parque Villa Lobos, onde Léo brincava na grama.
Revisitamos “nosso” supermercado, “nosso” posto de gasolina.
Sobretudo nos embebemos da suave e formal educação paulistana, nos sorrisos desajeitados e na presteza em dizer sim.
Visito São Paulo com muita constância, mas pouco tempo. Desta vez, pude saboreá-la.
E como saboreei. Nas comidas, na limpeza. Em um pouco da sisudez do cinza, no ar rascante, pedindo um pouco de vento marinho.
Também pude testar minha lucidez, que as lembranças são porto edulcorado de fantasias. Visitei o novíssimo shopping JK Iguatemi. Um espaço higienizado para os muito ricos, onde não me senti à vontade.
São Paulo é isso também, foi bom recordar.
Vivi uma pausa revigorante, experimentando a sobriedade dos silêncios e de uma simples e regrada rotina. Banhada pela energia do lugar onde fui mãe, construi projetos profissionais maravilhosos e amizades da porta para dentro de casa, como os paulistas cultivam tão bem.
Voltei para o Rio feliz e saudosa. Não é possível estar em dois lugares, mas renovo meus votos de amor eterno á minha dura e doce São Paulo.
Coração vermelho-Masp batendo no peito.