Água de beber
“Me dê um copo d’àgua, tenho sede…
E esta sede, pode me matar”
Gilberto Gil
Imagem:Charity: water |
Omiti, propositalmente, uma parte muito importante do WDS. A palestra de Scott Harrison, da ONG Charity: water.
Prefiro dedicar um post inteiro a este projeto, que já conquistou um lugar no meu coração.
Scott teve uma infância perturbada por uma mãe com problemas de imunidade. Ele e o pai se desdobravam para protegê-la de agressões do meio ambiente e isto o levou a ter uma vida regrada e exigida quando pequeno.
Virou adulto e rebelou-se. Mudou-se para a cidade grande (Manhattan) e iniciou uma carreira na noite. Escolha que gradualmente o afundou em todos os vícios imagináveis, drogas , apostas, “you name it”.
Dez anos depois, as raízes fundas de Scott prevaleceram e ele questionou a vida mundana que levava.
Foi quando teve a chance de realizar um trabalho voluntário na África e onde descobriu sobre a crise da água e sobre seus impactos devastadores em comunidades pobres da África, América Latina e Ásia.
Imagem: Armosa Studios |
Daí nasceu a semente do projeto Charity: water, que constrói sistemas de acesso à água e beneficia aldeias inteiras.
Os céticos e cínicos podem me perguntar: por que esta ONG e não tantas outras? Porque não focar no Brasil, onde já tem tanta miséria?
Porque eu recomendo Charity:water
O modelo desta ONG é de absoluta transparência. Todo dólar doado vai diretamente para a construção de sistemas de acesso á água. Doadores específicos patrocinam a operação. Nós, meros mortais, não veremos nosso dinheiro usado para custos operacionais e salários.
Adorei este modelo 100% .
Além disso, a criatividade como o time faz as campanhas e movimenta a causa são muito inspiradores.
Eu por exemplo, já sei o que vou pedir de aniversário de 40 anos. Cada 20 dólares provê água para uma pessoa.
Também fiquei comovida com a história de Rachel. Como inspirar meus filhos a terem esta vocação para servir desde a infância?
Por que um projeto que ajuda principalmente a África? O Brasil tem tanta miséria!
Eu tenho meus próprios planos de como ajudar meu país e estou trabalhando nisso.
Mas tenho estado cada vez mais sensível às dores da África.
Somos um país abundante, uma potência em crescimento, uma promessa mundial. Sim, há muito o que ser feito, mas somos relativamente felizes.
Já a África… HIV, guerras civis, violências contra a mulher, um show de horrores. Além de tudo, descobri num evento sobre Felicidade Interna Bruta que 50% das pessoas da África não tem um amigo ou alguém para partilhar suas dores. Ter alguém com quem desabafar é um dos fatores importantes para a felicidade. É tão básico e não custa nada. No entanto, está em falta na África.
A Humanidade nasceu no continente africano e lá também estão raízes importantes do Brasil.
No entanto, hoje a África é um dos piores lugares para se viver no mundo. E é longo o caminho para mudar esta realidade.
Há muitas formas de ajudar o Brasil (eu recomendo conhecerem o trabalho da Artemísia e do CDI), mas é simples e barato também ajudar famílias africanas.
E confesso temer pela lisura e transparência de muitas instituições brasileiras. Por isso prefiro considerar doação de tempo e trabalho vs dinheiro.
Se você quer contribuir para uma causa e ainda não escolheu um projeto, conheça o Charity: water.
E daqui há alguns meses, conversamos de novo, sobre meu aniversário!
Gostei muito disso!
Bjs,Guilherme.