“Não discuto com o destino
o que pintar
eu assino”
Paulo Leminski
Houve um dia em que se sonhava com um amor assim de faz-de-conta.
Um amor de casa-filhos-vida pacata ou um amor paixão-aventura-estrada.
Não importa.
O tempo ensinou que o amor é mais contentamento com o possível do que estonteante felicidade.
O amor é indescrítivel. Muda de forma e de cor a todo minuto. Água-viva-camaleão.
O amor é algo assim, interessante e fugidio. Se não o cultivamos teimosamente, vira poço seco, deserto sem coração.
Amar é coisa para aprender uma vida toda e torcer para a vida amar a gente de volta.
E se não amar, dar risada e seguir assim mesmo.
Amor é coisa engraçada que nos faz chorar muito.
Amor é para todos. E para poucos.
Amor. O que foi deslumbramento, hoje é mistério.
O que foi fantasia, hoje é caminho.
Amor é resiliência, construção, paciência.
Atravessa todas as temperaturas: morno, incandescente, cálido, fresco.
Amor. Um enigma enorme, velho conhecido.
Novo e antigo. Acompanhamos resfolegando os volteios do amor. Ou ele, aos tropeços, nos acompanha?
Não sei. Saberei um dia?
Enquanto isso, celebremos cada passo da valsa estranha e tão linda de amar.