Ando desacostumada…
Não deve. Não deve deixar de se surpreender com as pequenas coisas boas. Não deve se acostumar com as grandes coisas horríveis. E aí, pronto, desandei a me desacostumar…
Primeiro, me desacostumei com o meu trabalho. Onde estava o desejo no meu trabalho? Aqui e ali, mas não em todo o lugar. E eu quero em todo o lugar. Tenho tido até dificuldade de caber no meu corpo, quase vinte quilos menor, tanto desejo de criar, de fazer, de ajudar…
E aí me desacostumei com tudo. E virei outra pessoa, com a qual não me acostumo, não me aquieto. Mas é bom. Acredite, é bom!
Não sei se este mundo todo estava aí fora desde sempre. Acho que estava, né? Mas eu não via, não sentia, não percebia. E agora, é como se meu corpo fosse um monte de dedos, tocando tudo, provando tudo e me beliscando a toda hora. É tão BOOOOOOOOM!
É claro, sempre, assustador também. Mas agora é assim. Ando desacostumada. E espero, rezo, peço que nunca, jamais, never more eu me acostume. Que o desasossego me faz respirar.
E você, com o que vai se desacostumar hoje?
Crédito fotos
Maçã: http://www.mulherbeleza.com.br/receitas/maca-contra-poros-dilatados
Lakshmi é a deusa indiana da fartura e generosidade: http://pt.wikipedia.org/wiki/Lakshmi.
Lét, já estou viciada no seu blog…é como se você estivesse na minha frente falando comigo! Beijos e saudades!
Betty
Veja você, minha querida blogueira… Pela primeira vez na vida, eu que sempre fui tão perseguida pelo desassossego, quero me desacostumar é dele… Lendo o seu post que, como sempre, me faz refletir, percebo que estou buscando o sossego. Finalmente! Tempo de poder parar e ler, bordar, cantar, caminhar, quem sabe plantar roseiras, quem sabe num apê com varanda, muita calma pra trocar idéias, muita paz. "Sem perder a ternura jamais". Será que isto é o tal lance de envelhecer graciosamente? Sei lá… Daqui a uns trinta anos a gente volta ao assunto.
Le adorei seu blog…eu estou viviendo e sintendo o mesmo que voce…interesante o proceso de desacostumarse…beijos