Viver Mais Simples

Ando desacostumada…

Onde começou exatamente minha jornada? Provavelmente a única pergunta mais difícil do que esta é: onde vai parar?
Pode ter sido num treinamento, há alguns anos, onde a querida Alessandra Da Costa citava Marina Colasanti.  Eu finalmente entendi: “Eu sei que a gente se acostuma. Mas não devia.”

Não deve. Não deve deixar de se surpreender com as pequenas coisas boas. Não deve se acostumar com as grandes coisas horríveis. E aí, pronto, desandei a me desacostumar…

Primeiro, me desacostumei com o meu trabalho. Onde estava o desejo no meu trabalho? Aqui e ali, mas não em todo o lugar. E eu quero em todo o lugar. Tenho tido até dificuldade de caber no meu corpo, quase vinte quilos menor, tanto desejo de criar, de fazer, de ajudar…
E aí me desacostumei com tudo. E virei outra pessoa, com a qual não me acostumo, não me aquieto. Mas é bom. Acredite, é bom!

Todo dia é incerto. Encontro um amigo que não via há duas semanas e tenho um mar de novidades. Ideias, planos, um livro, uma música, uma graça nova do filho. Sinto-me meio criança, meio adolescente.
Tudo bem, bate a insônia (são três horas da manhã). Tudo bem comi quatro cachorros-quentes e seis pães de queijo (tudo pequeno) hoje. Mas é BOOOOOM!

Não sei se este mundo todo estava aí fora desde sempre. Acho que estava, né? Mas eu não via, não sentia, não percebia. E agora, é como se meu corpo fosse um monte de dedos, tocando tudo, provando tudo e me beliscando a toda hora. É tão BOOOOOOOOM!
É claro, sempre, assustador também. Mas agora é assim. Ando desacostumada.  E espero, rezo, peço que nunca, jamais, never more eu me acostume. Que o desasossego me faz respirar.
E você, com o que vai se desacostumar hoje?

Crédito fotos
Maçã: http://www.mulherbeleza.com.br/receitas/maca-contra-poros-dilatados
Lakshmi é a deusa indiana da fartura e generosidade:  http://pt.wikipedia.org/wiki/Lakshmi.

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