Esta semana completei quinze anos de casada.
Atravessamos quinze anos, Lucrécio e eu.
Fazia tempos que não ficava tão emocionada com um 12 de setembro.
Celebrar que apesar de tudo, de todos, das voltas da vida, dos sustos…
Apesar de tanto estamos juntos, estamos bem, estamos mais unidos que antes.
O segredo para um casamento durar? Não sei ao certo, mas intuo: fazer as escolhas difíceis.
Há momentos em que parece mais cômodo fugir, esquecer, deixar para lá. Não futucar feridas. Principalmente as nossas.
Há dias onde seria tão bom acreditar que a responsabilidade é todinha do outro. Não precisar pedir desculpas (nem aceitá-las). Não precisar respirar fundo para lembrar que do outro lado, há um ser humano igualmente enredado nas tramas da vida e nas suas próprias limitações.
Compaixão, paciência, resiliência, compreensão. Escolhas difíceis.
Nem sempre o amor está palpável dentro do peito da gente. Às vezes, nossa raiva, ressentimento, cansaço e tristeza viram um grande ponto de interrogação. É isso mesmo que eu quero? É ele mesmo que eu quero?
E em alguns casos, não será. Mas, vez por outra, vale a pena esperar.
Uma noite de sono. A poeira baixar. A raiva passar.
Escolha difícil: confiar, acreditar, apostar. Especialmente nas horas em que nosso coração está ralado, vazio de esperança.
O que me ajudou nestes quinze anos? Esta é mais fácil de responder:
- Pedir ajuda para as pessoas certas. Fernanda, Zeneide, Carmem, Adriana, Eliane, Érica, Camila, Regina. Vocês fizeram toda a diferença nesta caminhada a dois.
- Conhecer-se: saber minhas próprias falhas, avaliar prioridades, honrar valores, desenhar limites.
- Responsabilizar-se: 50% de tudo que acontece é consequência de como eu sou, sinto e ajo. Sempre.
- Provocar movimentos: acredito na visão sistêmica: se eu me movo, o outro se move.
- Olhar o outro com novos olhos: muitas vezes o outro já se moveu e mudou, mas ficamos agarrados naquela imagem antiga. Assim, não avançamos.
- Cuidar de três pilares difíceis: a relação com dinheiro, o sexo e a família de origem. Assuntos espinhosos e delicados, mas aprendi na prática e com muitos amigos terapeutas que não dá para escapar destes três temas.