São tempos de gravidade.
Economia em crise. Violência emergindo.
O ar anda parado pelas esquinas do mundo.
Mais perto, também é bem seco.
Doenças, problemas, desentendimentos.
Observo a tudo com respeito e sobriedade.
Ainda assim, sigo avançando.
O pior já passou, no meu caso.
Mas há sempre uma tempestade de areia no percurso.
Aperto os olhos, prossigo.
Não sei outro fazer.
Persisto, atenta.
E ouço.
Ouço meu coração resoluto.
Amor. Amor. Amor. Amor.
Sorvo intimidades partilhadas, reconstrução coletiva, transformação em curso.
Este é o meu mundo.
Sim, há desertos e tempestades.
Mas dentro, oásis.
Experimento maravilhas com quem eu amo e quem eu sirvo.
Agradeço as muitas oportunidades.
Não posso conter a aridez do que está fora, apenas atravessar.
Mas dentro, no meu dentro, minhas águas movem-se, meus peixes nadam.
É tudo o que deve ser.
Aperto meus olhos, dou mais um passo.
Meu coração pulsa forte, mais alto, mais vivo.
Amor. Amor. Amor. Amor.