O tempo é de balanço, pratico ouvir-me.
Édouard Boubat. Rémi écoutant la mer, 1955. |
Ouvir o corpo, cansado.
Dormir. Comer. Fazer nadas.
Ouvir meu coração.
Saudades, abraços, coragens.
Ouvir meu dentro, aquário de peixes.
Estar no presente. Agir de acordo.
Ouvir meus sonhos.
Seguir mais um passo, ainda falta um pouco.
Ouvir meu bom senso.
Isto já não é possível. Paciência.
Ouvir-se é tão difícil, mas voz tão doce não há.
Familiar e surpreendente.
Nossa voz.
Ouvir-me consola prantos, aquece o espírito, mantém-me alerta.
Ouvir-me para pausar, respirar e prosseguir.
Barulhinho dentro, tão bom, tão esquecido.