Bordando-me
Bordo em mim uma Penélope.
Que saiba esperar.
Que saiba refazer repetidamente o que já foi feito, sem perder a alegria.
Que saiba perdoar.
Bordo em mim uma Penélope que vigie o sono dos filhos, sem cercear seus sonhos.
Que ame seu homem sem expectativa ou ilusão. A verdade é a realidade.
Dora Wheeler: “Penelope Unraveling Her Work at Night” |
Bordo em mim uma Penélope que seja uma rainha de si mesma.
Proteja-se de seus adversários através da inteligência e do amor.
Bordo em mim uma Penélope que seja doce, porém firme. Que seja firme, porém doce.
É difícil a vida de ser Penélope.
Sofrimento. Ira. Saudades. Traição. Medo. Vulnerabilidade.
O mal está aí fora e aqui dentro, espreitando.
Bordo minha Penélope de olhos abertos, embalando meu coração numa canção de acordar.
Que poema verdadeiro! Lindo!
Obrigada, Ilza! Um convite para todas nós, mulheres.