Caixa de costuras
Quando saí da casa de meu pai, minha avó Regina me presenteou com uma caixinha de costura.
Uma latinha vermelha de biscoito, repleta de itens úteis para uma futura Penélope.
Com o tempo, a capricorniana se desfez da caixa, entre arrumações. Mas ficaram um dedal, uma almofadinha de alfinetes. Provavelmente algo mais…
Os anos passaram e redescubro a costura. Maravilho-me em perceber o quanto já sabia. A costureira nasceu lá atrás, brincando com os carretéis.
A vida é engraçada em suas idas e vindas.
Mais uma vez, a magia aprendida com a minha avó me anima para as travessias da vida. Agora, além da palavra, tenho linha e agulha para tecer meu destino.
Abraço a beleza dos projetos de bordado como um bálsamo para incertezas. O fluir ritmado da linha acalma o bater descompassado do coração.
Assim, Penélope, crio minha própria Ítaca.
Letícia, fato semelhante aconteceu comigo. Também ao sair da casa de meus pais, minha mãe me presenteou com caixa de costura feita por ela, que me acompanhou até o ano de seu falecimento, quando transferi todos aqueles apetrechos para a caixa original de minha mãe, com a qual muito brinquei na infância.
Botões, linhas de muitas cores, agulhas de diferentes tamanhos, dedais,…
Costumes herdados da casa de vovó Fifi?
Pode ser…
Oi, querida. Que bom partilhar esta memória… Será que veio de vovó Fifi… Eu já encorajo Olivia a fazer suas costuras…