Quando saí da casa de meu pai, minha avó Regina me presenteou com uma caixinha de costura.
Uma latinha vermelha de biscoito, repleta de itens úteis para uma futura Penélope.
Com o tempo, a capricorniana se desfez da caixa, entre arrumações. Mas ficaram um dedal, uma almofadinha de alfinetes. Provavelmente algo mais…
Os anos passaram e redescubro a costura. Maravilho-me em perceber o quanto já sabia. A costureira nasceu lá atrás, brincando com os carretéis.
A vida é engraçada em suas idas e vindas.
Mais uma vez, a magia aprendida com a minha avó me anima para as travessias da vida. Agora, além da palavra, tenho linha e agulha para tecer meu destino.
Abraço a beleza dos projetos de bordado como um bálsamo para incertezas. O fluir ritmado da linha acalma o bater descompassado do coração.
Assim, Penélope, crio minha própria Ítaca.