Nos últimos pedaços de dia, canto-me uma canção de ninar.
Silenciar medos, cansaços, emoções sem nome.
Suavizar intensidades.
O sono ensina caminhos.
O sonho desperta o corpo.
Assim, de mansinho, me aninho em mim mesma.
Pronta para uma viagem dentro, em busca de reparo e reforço.
É noite, lua minguante.
Em mim, palpitam ideias, planos e preocupações.
Mas nada importa.
Em breve, estarei desligada de tudo.
Numa nuvem macia de eu comigo.
É noite, está tarde.
Na sombra do travesseiro, me aguarda o cuidado.
De olhos fechados, cultivo o olhar mais fundo, mais alto, mais sobre.
Boa noite.