Com palavras
Aprendi a ler e escrever com quatro anos.
A letra feia e o amor infinito por palavras são testemunho disso…
E ontem, ao escutar a contadora de histórias Lúcia Fidalgo nos contar sobre ler e amar, senti fundo em mim a gratidão pelas letras.
Minha história de leitora-escritora é assim:
Com cinco anos comecei a escrever poesias. Aos nove, minha avó Regina publicou meu livro de estreia “Primeiros Poemas”. Anos depois, minha mãe reuniu os escritos de 9 aos 13, e os publicou também.
Depois, continuei escrevendo poesia, talvez menos pública…
Na escola, amava os professores de literatura.
Foram refúgio num novo mundo de pais separados, mudança de Niterói para o Rio, transições.
Aos quinze anos, descobri Machado de Assis. Detestei. Depois reaprendi com João Freire a ler com calma e profundidade, um feito para uma adolescente intensa.
Escrevi o primeiro texto em prosa de que me orgulho: a redação “Os Olhos de Capitú”.
Um dia explodiram uma bomba de brincadeira, no banheiro da escola. O vandalismo me assustou e escrevi meu primeiro texto opinativo. Foi lido para toda a escola e ouvi o mesmo João dizer que estava emocionado com minhas palavras. Ele emendou com “Mãos Dadas“, até hoje um dos meus textos de Drummond favoritos.
O escrever foi fundamental no vestibular, onde ganhei nove por meu amor às palavras. Compensou com folga a nota pífia em matemática…
Ingressei no mundo corporativo, onde meus sumários, apresentações e concisão foram minha marca registrada.
Deixei o crachá e ingressei no Viver Mais Simples, onde comecei este blog.
De lá para cá, o texto e as palavras seguiram sendo o meu presente maior. De mim para o mundo. Do mundo para mim.
Meus melhores trabalhos começam ou terminam com um texto, muitas vezes meu mesmo.
A Oração do Cais do Odisseia… Os posts que envio aos clientes.
Os bilhetes que emocionam amigos e família.
Meu maior legado ao mundo é o meu amor por ele. E eu honro este amor por escrito.
As palavras são minha ferramenta de viver.
Obrigada, Lúcia, por relembrar isto tão fundo em mim.