Com Querer
Muitas vezes acreditamos que o universo está conspirando contra. É um chefe difícil, um acidente, um atraso por conta do engarrafamento. Uma vida diferente da que sonhamos.
A boa notícia? O universo não conspira contra.
A má? Nós conspiramos contra, quando não entendemos o poder do livre-arbítrio.
Claro que ninguém escolhe quando um passarinho suja a sua roupa… Mas é possível decidir o que fazer com as adversidades.
Por isso, considero muito importantes dois tipos de escolha:
1) O que eu escolho para a minha vida dar certo
2) O que eu escolho quando o pior acontece
Como isto funciona para mim?
No trabalho
Tive alguns chefes muito difíceis. Pessoas detestadas por todos, agressivas, rudes, por vezes cruéis. E com todos aprendi. Aprendi a enfrentar pessoas de um nível acima do meu. Aprendi a negociar com eles. Aprendi o valor do trabalho bem feito. E, principalmente, aprendi que chefes vão e vêm. Se soubermos administrar com inteligência o convívio, sobreviveremos.
Se o chefe é ruim, você tem diversas escolhas. Abaixo, assinalo apenas algumas:
1) Mudar de emprego (ou de carreira)
2) Ajudar seu chefe a ser promovido
3) Trabalhar duro para buscar uma oportunidade com outro chefe.
4) Esperar pacientemente o chefe sair
Também é uma escolha se vitimizar, reclamar o tempo todo e ficar paralisado. Pessoalmente, considero uma má opção, já que você estará perdendo a chance de crescer como pessoa e profissional.
Na vida pessoal
É comum a pessoa “que ninguém entende”, “que ninguém ajuda”, “que ninguém respeita”.
O que é improvável, para não dizer impossível é que esta pessoa não esteja fazendo algo para reforçar esta situação.
Acredito (e pratico) que se fizermos o básico das relações humanas, não seremos maltratados pela maioria das pessoas. Por alguns, talvez.
E, mesmo neste caso, temos várias opções: afastar-se, impor limites, etc.
Fato é: a maioria das pessoas é cativada por pessoas otimistas, generosas, sorridentes, trabalhadoras, honestas e simpáticas. Pessoas negativas tendem a ficar sós ou atrair outras pessoas negativas. Sobre isto, aprendi muito com este artigo AQUI.
Ou seja, se você está se sentindo só, perseguido ou injustiçado, é bom começar a olhar para dentro, antes de culpar o outro. É possível que descubra que o inimigo é você mesmo.
Quando a vida nos atropela
Já diz o ditado em inglês, meio chulo: “shit happens”. Acontece de baterem no seu carro parado, de você ser assaltado, de alguém querido ficar doente ou mesmo ir para o andar de cima.
Neste caso, concordo que não há prevenção 100% (embora na maioria dos exemplos que citei, haja precauções para minimizar os riscos).
Mas se aconteceu, a pergunta é: afundo ou não afundo na frustração, tristeza e raiva?
Perdi minha avó Regina e meu avô Celso com apenas quarenta dias de diferença, em 1994. Foram as perdas mais duras que tive até hoje. Lembro-me de chorar compulsivamente por quase 24 horas quando minha avó Regina se foi. Pelo inesperado, pela minha imaturidade, por tudo.
Mas já naquela época, minha fé e meus valores foram cruciais para eu viver meu luto e seguir em frente. Minhas crenças pessoais, o apoio de amigos e da família, toda rede de apoio que eu construí para mim sem perceber… Tudo isso me ajudou a superar a tristeza. E são coisas que dependiam só de mim e do que havia criado ao longo dos meus primeiros vinte e poucos anos.
Hoje, quando acontecem coisas ruins, busco sempre a lição. Posso ficar brava, mas este sentimento em geral é seguido de uma pergunta: “o que eu faço com isto?”. E aí a frustração é menor, por que estamos agindo, mesmo como reação a um fato que não controlamos.
Finalmente, eu cada vez amo mais errar. “Make excellent mistakes”, aprendi no livro Johnny Bunko, sobre como mudar o rumo da sua carreira (em formato de mangá, imperdível!).
Erros excelentes são os que nos impedem de praticar erros ainda maiores. Pode ser um acidente (ou quase), um bobagem ao empreender, um deslize no casamento ou namoro, uma hora de fraqueza na maternidade.
O importante é olhar o resultado e entender o que pode ser depreendido como lição.
Em uma palavra: protagonismo. Colocando-me como responsável pela minha vida, aprendi a perdoar mais e conquistei o meu sonho de ser livre para experimentar o meu caminho.
Não é fácil. Mas está nas minhas mãos e não troco por nada. E você? Vamos viver “com querer”?
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