2008: meu percurso era linear, incluía 15 anos como executiva, MBA, promoções, chefes, carteira de trabalho e crachá.
Já tinha meus dois filhos, perdi minha última avó. Fiz um processo de coaching pela primeira vez. O emprego deixou de ser satisfatório. Finalmente, a vida executiva tornou-se pesada demais para eu prosseguir.
2009: Eu queria viver todos meus talentos. Eu queria viver mais simples. Eu tinha uma reserva financeira. Era mais ou menos tudo o que eu sabia. E foi suficiente para deixar o crachá e a carteira de trabalho para trás.
No começo, eu não sabia bem o que iria fazer. O caminho foi se fazendo ao caminhar. Tornei-me organizadora de ideias. Fiz formação como coach. Voltei a frequentar corporações, agora com crachá de visitante .
2018: dois anos e meio de crise. Um projeto mal-sucedido assustadoramente parecido com os piores tempos de mercado executivo. Um vazio deixado pela perda do pai e pela perda da mão no trabalho e na vida pessoal. O primeiro semestre foi uma roda-viva, eu no automático, sumida do convívio com os amigos. Sumida de mim.
Junho chegou com um gosto amargo de “oops, eu fiz de novo”. Havia me perdido, meus projetos à deriva, minha conta bancária minguando.
Respirei fundo. Busquei toda a ancoragem disponível. Prestei atenção em movimentos de resistência cultural, profissional, espiritual, afetiva.
Redescobri o que me emocionava, do que sou realmente capaz. Extraí lições dos fracassos, desvios e distrações dos últimos meses. Daí surgiu a vontade, ainda difusa, de resistir e renascer.
Cultivei dois movimentos simultâneos:
Um, de pausa. Digerir tudo, lentamente retomar. Voltar ao trabalho e à minha casa, devagar, mas constante. Aos poucos, as coisas mais e mais no lugar, os contatos refeitos, a rotina reestabelecida.
O segundo, de curiosidade e abertura. Li, conversei, fiz cursos, assisti vídeos. Escutei.
Da soma deste dois modos, pausado e atento, vi emergir a lapidação do meu chamado: ser uma agente de fortalecimento para que pessoas e negócios possam resistir. Resistir no sentido de se sustentar, perdurar, florescer, evoluir.
E o contexto é o do futuro que está chegando. Futuro que se reflete nas incertezas e volatilidade do presente. Velocidade, mudanças tecnológicas, crise, desemprego, medo, ansiedade e dúvida.
Hoje, vejo com mais clareza como posso servir: sou uma facilitadora nesta travessia.
Qual o seu trabalho? Como fazê-lo ou recriá-lo? Como lidar com a angústia deste mundo em reviravolta? Como encontrar os companheiros que irão me complementar e apoiar na jornada?
O futuro do trabalho é areia movediça plena de possibilidades. E o presente do trabalho anda árido, apesar de muitas iniciativas inspiradoras acontecendo por aí.
Estou aqui para promover bons encontros, compartilhar conteúdos e fazer perguntas facilitadoras.
Como posso te ajudar?