O slide da apresentação concretizava minha trajetória. 21 anos de trabalho duro.
Quinze corporativos. Seis de Viver Mais Simples.
A cada transição, um novo passo.
A Souza Cruz e os ímpetos de jovem.
A Johnson & Johnson, escola de mais maturidade.
Tanto conhecimento, tanta dor e amor também.
Depois, a veloz sucessão de empreendimentos.
O blog. O Odisseia. A Argo. O livro Singela Biografia Poética. O Voe.
Sem contar o que não contei: o Comida para Viagem, o Coletivo Baobá.
Olhando assim, no retrovisor, custei a crer.
Como poderia imaginar que em seis anos teria mudado de executiva para empreendedora.
Que os riscos se transformariam num novo trabalho, reconhecido, corporificado?
Foi tão difícil, às vezes. Senti tanto medo.
Mas persisti. Avancei. Seguindo meu coração, ancorada em tudo que plantei na minha vida.
Assim, usando meus conhecimentos e habilidades, criei minha própria asa.
Bordando cada pena, construí um caminho no ar.
Hoje, olhando esta trajetória, o coração transborda.
Foi difícil. Por vezes, improvável.
Duvidaram de mim. Duvidei de mim.
Mas cá estou. Asas abertas, tecidas com suor e incontáveis lágrimas.
Tecidas com amor e um pouco de sorte.
Espraio minhas asas, parecem tão novas.
Mas ali estão as cicatrizes.
Voo.
Agradeço o dia claro, depois de tantas nuvens.