Das pequenas alegrias
Em busca de grandiosa felicidade, muitas vezes nos decepcionamos com a vida comum.
Não deveríamos.
Na lindeza das pequenas coisas, reside um calor-conforto sem igual:
Cozinhar um almoço em família.
Ver o filho tomar gol(s) mas manter-se calmo.
Ouvir a mensagem amorosa da madrinha.
O pio de pássaro em pleno feriado, mesmo no coração da metrópole.
A não-buzina, apenas o ronronar próximo da via movimentada.
O barulhinho da filha fazendo artes tranquilas no outro quarto.
Miudezas cotidianas.
Les estrelles .Elisabeth Zartl |
Imagino em que haja um tempo onde a mansidão dos singelos momentos seja ainda mais importante do que grandiloquências.
Intuo que envelhecer possa ser assim.
Um dia, caminharei bem lenta, as juntas enferrujadas e o coração ainda sonhador.
Serei daquelas velhinhas que param o trânsito, não por sua estonteante beleza mas por sua atordoante morosidade.
Pretendo então, distrair-me com pedacinhos de vida, no meu andar bem lentinho.
Aos impacientes, responderei com um largo sorriso e um piscar de olhos maroto.
“Sabe, eu já fui assim apressada. Mas ouvindo o espaço entre nadas, percebi que ali morava a poesia, mas só quando eu prestei atenção”.
Falo então para eu hoje, ainda no tempo da pressa, que não devo esperar. Já é tempo de respirar, praticar passinhos pequenos, namorar as banalidades-poema que me cercam.
Assim, alma-borboleta, celebro pequenitudes.
Nossa Leticia, que arrepiante suas poetanças…estou aqui agora toda feliz por descobrir isto em vc. Assim já me fez voar pois tenho uma alma poeta tb, bem enferrujada, mas reconheço estes espaços entre nadas e estico o tempo para durar. Agradeço, boa noite de sonhos mirabolantes
Ah…nem veja meu ritmo vivo pois criei a muito tempo e nunca alimentei….tem tanta cois bonita pra compartilhar, mas passo o menos tempo a digitar…
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Obrigada, Joana! Este despertar deve muito a você e nossa aula de Dança Criativa num longíguo 2009…