Qual a medida certa das coisas? Onde está o suficiente?
A quantidade ideal, nem mais, nem menos. O ritmo de trabalho adequado. O mimar nossos filhos o bastante, mas não demasiado… Amar, dormir, comer, sonhar… Tudo requer medida,
O quanto basta?
Eu, hiperbólica-parabólica por natureza, vivo revendo minhas medidas.
Para isso, uso todo o apoio possível: terapia, bons amigos, o marido-continente, autoconhecimento mais do que tudo.
E mesmo amparada assim, é duro…Persisto por que já senti na minha pele o que é viver uma vida acima do próprio limite.
Sou uma workaholic em eterna recuperação. Como empreendedora, o desafio é redobrado. Ganho pelo que construo, não há mais contracheque à espera.
Estou numa fase particularmente crítica, prato cheio transbordando.
Um ano de mais plantio que colheita, difícil saber a hora de parar.
E ainda por cima (e Graças a Deus!) todos os projetos tão interessantes…
Tento não me perder de mim, enquanto abro horizontes.
Percebo que o caminho é sobriedade nas escolhas.
Algumas difíceis.
Dizer não para dizer sim.
Menos tempo para a família grande e amigos, para ter mais tempo para os filhos, o marido e o trabalho.
As crianças pedindo coleguinhas em casa, eu sem energia para multiplicar as mães dentro de mim.
Deslizes com a dieta e a ginástica, no malabarismo diário para encaixar o possível.
Insônias e dores de estômago, com a lista de tarefas gigante.
Vontades não cumpridas: cuidar mais do corpo, dormir mais cedo.
No entanto, em meio a tantas encruzilhadas, agradeço estar tão presente.
Sei do meu esforço e dos meus fracassos, mas ainda assim consigo celebrar as vitórias.
Entre tropeço e outro, mando o e-mail amigo, faço o telefonema necessário.
E nas emergências, no ápice do crítico, junto minhas forças e estou ali.
Em meio a minhas imensidões, sei do meu tamanho.
Às vezes, escapo de mim, mas sei o meu tamanho.
Tenho parado mais. Recuado. Deliberadamente deixado pratos cair.
É duro, ainda mais eu, tão exigente e boa moça.
Mas é preciso.
São tempos tsunâmicos que hão de passar.
Peço perdão aos que se sintam negligenciados, estão todos quentinhos no meu coração.
Persigo um tempo onde eu dê mais conta. Não é agora, mas me esforço para que seja logo.
Enquanto isso, avanço, de olho na minha fronteira e com a coragem em expansão.