De Feiras e Roseiras por Patricia Peixoto
Uma das vantagens de crescer numa família com muitas mulheres faladeiras como a minha é a quantidade de coisas que a gente ouve no correr dos anos e de que só se lembra no momento exato em que a informação se faz necessária.
Você sabia que…
– quanto menor a fruta, mais saborosa?
– cascas de abacaxi fechadas num vidro, deixadas a fermentar por uns dois dias e depois coadas num pano fino resultam numa bebida deliciosa, chamada gengibirra?
– as roseiras só crescem bem se forem podadas e transplantadas nos meses que não têm a letra R no nome?
– se a gente ferve as frutas da estação, morango inteiros, peras, maçãs, mangas, abacaxis em pedaços, com um pouco de açúcar e guarda em potes, terá calda para sorvete por meses a fio?
– se picar salsa, cebolinha e coentro, colocá-los em cubas de gelo e completar com água, terá temperos fresquinhos sempre?
– morder goiaba verde é o melhor jeito de se livrar de uma vez do dente de leite prestes a cair?
– gentil é sempre responder cartas (nos dias de hoje, e-mails ou torpedos) na primeira oportunidade?
– o melhor jeito de aprender espanhol é ouvir a mãe recitar poemas de Garcia Lorca?
Esta última não é regra geral, apenas uma homenagem à linda voz da minha igualmente bela mãe, Regina, que me acordava em francês, recitava os referidos poemas em espanhol, além de sempre dizer que não havia problema em repetir vestidos nas festas das amigas. Porque o mais importante era que a gente tivesse comida e livros. A ela eu agradeço por minha falta de apego a coisas materiais, meu prazer com culinária e refeições compartilhadas e meu amor pela leitura. E por que não dizer… por meu amor pela vida em todos seus sabores.
errata: será que não entendi bem , ou você condensou a homenagem à tua mãe com o amor pela mãe dela?
beijos tua comadre número 2