É um domingo de Páscoa.
Boa parte de nós em casa, deixando tempo para sermos reflexivos e inundarmos redes sociais com mensagens.
Eu decido fazer o exercício de contemplação de mim mesma, proposto na Formação em Dinâmica de Grupos que estou fazendo.
Uma carta pessoal, apreciando o que gosto e desgosto em mim, depois de ter me olhado no espelho.
E tem coisas recentes de que tenho gostado bastante. Tanto que decido compartilhar aqui:
Um apetite em ficar sozinha, novidade boa.
A habilidade de deixar pratos caírem, a disponibilidade em me retirar de tarefas e outras coisas que me doem ou me cansam.
Uma maior aceitação da vida como ela é, sem tentar edulcorá-la ou reformá-la.
Humildade, temperança, aceitação do que é diferente de mim.
No balanço final, gosto das coisas que me constituem feiticeira, desbravadora e amorosa. E desgosto do que me faz autoritária, onipotente, demasiadamente intensa e esquecida de mim.
Tem sido mais difícil ser otimista, mas tem sido mais fácil fluir com o rio da vida e tudo que ele traz.
A alma tem andado cansada com o peso de tantas lágrimas de saudade e uma espera sem data final.
Mas no fundo desta caixa de Pandora, a esperança tremeluze asas.
Asas.