O Nascimento de Vênus, Botticcelli |
Não tenho pretensões em ser consultora sentimental, nem casamento é algo que se possa avaliar com “bem-sucedido”, verdadeira montanha-russa de alegrias e tristezas que é.
A pergunta “Quando o amor acaba?” é impossível de ser respondida. Provavelmente o amor em si não acaba nunca, nós é que, ás vezes, precisamos desistir dele. Quando? Já me vi nesta encruzilhada um par de vezes, ao longo de tantos anos. E a resposta é complicada e muda a cada vez. Mas tem a ver com um forte crença no amor, memórias felizes e generosidade.
Caminhamos juntos há dezessete anos, Lucrécio e eu. Não acreditamos em milagres ou fórmulas mágicas. Todas as vezes em que tivemos dúvidas (e foram muitas!), nos demos os braços (mesmo zangados) e buscamos alguma saida. Terapia de casal, conversas, novos arranjos. Bons conselhos dos amigos, dar uma trégua nas brigas.
Até hoje, conseguimos. E o sabor de passar pela tormenta é indízível. O amor depois da tempestade, sai diferente. Mais forte, mais enraízado, mais saboroso. É como uma árvore antiga e uma árvore nova. As duas são belas, mas a primeira é tão rara, tão cheia de histórias… Nas palavras de Carlos Drummond de Andrade:
“O amor antigo tem raízes fundas,
feitas de sofrimento e belezaPor aquelas mergulha no infinito,e por estas suplanta a natureza”
O Beijo, Gustav Klimt “Quem ouve estas minhas palavras e as põe em prática, é como um homem prudente, que construiu sua casa sobre a rocha. Caiu a chuva, vieram as enchentes, os ventos deram contra a casa, mas a casa não caiu, porque estava construída sobre a rocha. Por outro lado, quem ouve estas minhas palavras e não as põe em prática, é como um homem sem juízo, que construiu sua casa sobre a areia. Caiu a chuva, vieram as enchentes, os ventos sopraram e deram contra a casa, e a casa caiu, e sua ruína foi completa!”