Tenho andado meio esquisita.
Depois de ter me lançado no mundo por tantos anos, abraçado tantas pessoas… Quero estar um pouco mais só.
Quero conversar com uma pessoa de cada vez.
E nenhuma pessoa, muitas vezes.
Quero estar com estranhos, gente que mal me conhece.
Quero um tempo de quem me conhece (?) demais.
Quero dormir e acordar e andar muito devagar.
Quero fazer viagens sem pressa, sem turismo e sem muito planejamento.
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A vida é um pulsar, aprendi com minha comadre. E me recordo de um tempo na escola, nos meus cinco anos. Eu era uma criança bem só e estranha, sentada na escada da escola. Sem muita tristeza, apenas sem jeito para as pessoas.
Mais tarde, com oito ou nove, escolhi vagar sozinha pelo recreio, catando conchas. Assim, de repente.
Depois, nunca mais. Mergulhei de cabeça numa vida extrovertida, de energia inesgotável e alegre tagarelar.
Até agora. Agora o pulso voltou a este movimento para dentro. Ando assim, meio eremita. Vontade de silêncios, de não dramas. Longe de frivolidades, perto de banalidades.
Indo ao cinema sozinha. Almoçando sozinha. Contente em mim mesma, com preguiça dos outros… Um pouco.
É, ando meio esquisita. Por outro lado, minha vida está mais exquisita que nunca.
Saborosa, variada. Repleta de cheiros, sabores, texturas novas.
Minha vida é meu novo segredo, compartilhado comigo mesma.
Não me levem a mal, meu amor por vocês está bem abrigado. aqui no coração. E sigo aqui, peito aberto e janela escancarada.
Mas ando esquisita. Um pouco assim.