Está com raiva? Peça desculpas
Dentro de mim, carrego um vulcão.
Este vulcão é bom para um monte de coisas. É um gerador de paixão. É uma fonte de calor e energia. É uma importante motor para fazer coisas.
Mas nossas qualidades são o lado avesso de nossos defeitos. O que temos de melhor costuma virar uma problema quando a intensidade, direção ou intenção não estão no ponto certo.
E assim é com meu vulcão. Quando estou descansada, na sintonia, no eixo… É só alegria, entusiasmo, vibração boa.
Quando não estou na frequência certa… Sai de baixo. O vulcão vira tsunami de lava. Meu talento com as palavras vira arma letal. Quero incendiar tudo.
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Nos tempos antigos, eu ficava muito tempo neste estado de lava pura. Era desgastante para mim e para os outros. Agora ando mais calma, mas o vulcão está longe de estar extinto. Portanto tenho buscado um equilíbrio para os momentos mais incadescentes.
Algumas atitudes me ajudam a combater minhas labaredas:
Raiva é medo
Aprendi com minhas terapeutas Zeneide, Érica e Camila que raiva é medo. Medo de me expor. Medo de errar. Medo de não ser amada, compreendida, reconhecida, valorizada. Medo de abandono.
Por isso, quando tenho raiva, procuro entender: do que estou com medo?
Fica mais fácil ficar calma assim. Tirando o foco do outro e voltando para mim mesma. Buscando compreender minhas emoções e lidar com elas.
Quando um não quer, dois não brigam.
E se o outro também está mordido, ressentido comigo, num mau dia e, ainda pior, também tem um vulcão exuberante esperando para irromper boca afora?
Com o tempo, criei um alarme interno que soa nestas ocasiões. Opa, ele(a) está pior do que eu. Vamos mesmo partir para a luta livre? É nesta hora que, muitas vezes, consigo parar o meu ímpeto “assassino” e serenar face á perspectiva de um corpo a corpo desgastante. Nos bons dias, até consigo ajudar o outro.
E se fosse eu?
Outra boa tática é se por no lugar do “adversário”. Se alguém faz alguma coisa que me chateia, procuro entender possíveis motivações. Geralmente não foi porque a pessoa ignora meus sentimentos ou minhas necessidades. É porque odeia fazer determinada tarefa, está distraído com outra coisa, teve problemas em outro lugar. E se é comigo mesmo o problema, pergunto (a mim e ao meu “oponente”): o que eu fiz para te deixar bravo assim?
Se tudo mais falhar…
Eu sou responsável pelas minhas escolhas. Se escolher brigar, o que eu ganho com isso? Ah, dei uma lição de moral em fulano… Grande coisa. Se for magoando, pago um preço mais alto depois. Ah, descarreguei minha raiva e tensão! Bom, melhor socar um travesseiro… Enfim, procuro evitar uma briga que custará caro em amizade ou desgaste pessoal.
Ah, bom. Então a Leticia não briga mais com ninguém, agora é só flores, paz e amor?
Claro que não. Mais vezes do que eu gostaria, o vulcão sai de controle e todas as técnicas aprendidas vão lava abaixo. Neste caso, só há uma solução.
Pedir desculpas.