São dias de chuva, a garganta acusa o golpe.
Sem voz, tenho mais tempo para ouvir meu dentro.
Lá fora, ventanias, é verdade.
Mas aqui, tudo é quente.
A mensagem amiga me lembra de que já são cinco anos de caminhada.
Olhando para trás, é inacreditável o tanto que construí.
Com gratidão, repasso os muitos talentos que desengavetei, as novas amizades e o olhar fresco sobre amizades antigas.
Meu novo fazer esculpido com suor e amor.
Sinto-me querida, mesmo desse jeito meu, tão ímpar.
Sinto-me capaz de subir montanhas, mas também aprendo as delícias de repousar sem (tanta) culpa.
Observo a egrégora de mestres me acompanhando.
Homens e mulheres sábios, generosamente partilhando seus ensinamentos.
Para que eu seja mais eu, com menor esforço.
E assim possa ajudar o outro a ser quem de fato é.
Contemplo meu legado: meus filhos crescendo, meus amigos, meu casamento, meu trabalho.
Um lindo jardim. Orgulho-me.
São dias de chuva e hoje preciso buscar minha voz dentro, muito dentro de mim.
Mas o sol persiste.
Aquece-me por dentro com esperança e paciência.
Daqui a um pouco, mais um passo e outro.
Não me importo.
O sol de meu eu autêntico brilha forte e incansável.