Exercício #6

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– E você acredita no amor?

(responder num texto livre ou em formato de diálogo)

– Ah, você e suas perguntas impossíveis. Nem sei o que te dizer.

– Evasivo, você. Uma pergunta simples, pode apenas responder sim ou não, se estiver com muita preguiça.

– A resposta até poderia ser simples. Difícil é saber o que você pretende fazer com ela. O amor tem várias faces, algumas bem sombrias.

– Ah, então você acredita que o amor existe. Mesmo com este olhar pessimista.

Silêncio

– Vou fazer como sempre, e te dizer o que eu penso: O amor é como o dilema do gato de Schrödinger.

– Oi? Agora você foi longe.

– O amor vive em caixas que tememos abrir com medo de matá-lo. Caixas de Pandora, com sua esperança soterrada sob as dores do mundo e nossas bagagens pesadas. Se estiver doente ou morto, melhor não saber. Se abrirmos, provavelmente o assassinamos. Então podemos escolher deixar a caixa fechada e viver na ignorância sobre o amor existir ou não. Sobre o amor estar vivo ou na beira do precipício. Ou podemos abrir a caixa, dane-se se o veneno vai escorrer por toda a parte, e ver o que acontece.

– Você é realmente louca.

-Ah, certamente. Porque sou destas que abre a caixa, lambuza os dedos no veneno e sobrevive.

 

Exercício #6 da Oficina de Escrita sobre o Amor com Paula Gicovate, pela Casa Inventada.

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Imagem: Ana Vine