Viver Mais Simples

Faxina de Fim de Ano, por Eliana Miranzi

Eliana é fiel leitora, o que muito me honra já que ela é uma experiente escritora e uma sábia professora-estudante da vida.
Enviou-nos um texto propício para a reflexão neste final de ano  e carregado da coragem que tanto buscamos neste  blog… 
Com vocês, Eliana Miranzi!

(Leiam, como se estivessem lendo a anatomia de um coração)

Sentimento de solidão?
Sim, somos todos sós. É parte de nossa condição humana.
Acho que não sente isso só quem não alcança a capacidade abençoada da instropecção. Em épocas que é natural haver confraternizações, compartilhamentos, isso brota forte.
Quando é hora de grandes guinadas, sérias tomadas de decisão e novos posicionamentos, mais sós ficamos. É a nossa vida, que só a nós pertence.
Parte de nossas debilidades. Temos sim, tristezas, melancolias, angústias doídas.
Sensações de não pertencimento, de ser “avulso”… De não nos encaixarmos em algo que nos parece um todo.  Sentimentos de rejeição. Estranhamento. Sim.
Mas aprendí a duras penas que isso deve ser acolhido e bem cuidado. Atenciosamente observado e tratado. Acho que nunca vou finalizar este aprendizado.
 Valorizo-me mais, a cada vez que percebo que fui capaz de superar mais uma escavação, descobrindo em mim imensos talentos e dons pelos quais aprendo a ser sempre mais e mais grata, profundamente reconhecida. Reverência ao Criador que assim me construiu.  E me ajuda nos acabamentos e retoques.
Segundo Saramago, devo fazer parte da “Tribo da Sensibilidade”.
Provavelmente.
Com carinho,
Eliana Miranzi.
Uberaba/30 de novembro de 2012.
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