Tenho conhecido novas formas de aprender, conceitos inéditos que desafiam empoeiradas crenças.
Uma destas descobertas: podemos, com propósito, influenciar nossos sentimentos.
É o ápice do protagonismo.
Fazer uma gratidão. Construir o amar. Atravessar a vergonha. Fazer paz.
Não é controle. Não posso controlar se amo ou não alguém. Nem impedir que meu peito se inunde de vergonha por um momento inesperadamente desajeitado.
Mas posso influenciar e agir volitivamente para favorecer a gratidão, o amor. Para acolher e atravessar a vergonha. E para fazer paz.
Por nossa vontade á serviço de um estado de espírito que queremos experimentar. E com a cabeça sobre o coração e o coração sobre os pés, avançarmos nesta elaboração.
Primeiro, perceber.
Reconhecer a beleza das coisas difíceis, para fazer uma gratidão.
Abraçar a dificuldade de amar, para tentar mais e mais regar as mutantes raízes do amor.
Sentir a vergonha e recolher-se (pois aprendi com Brené Brown que ficamos inadequados para consumo humano quando envergonhados).
Descobrir o que nos tira a paz, para poder resgatá-la.
Depois, avançar.
Dizer para quem é merecedor: sou grata. Sempre e várias vezes.
Estar de corpo e espírito no amar. Abrir os canais que se fecham. Tentar novidades. Enquanto houver amor para recomeçar, vale seguir.
Deixar a vergonha perder sua força, buscando o maior antídoto de todos: a empatia e o entendimento de que coragem é ser nós mesmos (mesmo com vergonha.).
Praticar experimentos de paz. Desarmar armadilhas: cansaço, discussões, reclamação, situações que estressam. Lembrar que o gol maior é ter paz (mas não viver na hipocrisia). Então convidar e enfrentar bravamente crises, para avançar para a outra margem.
Repetir, repetir, repetir.
Cada vez mais vejo a vida em ciclos. A grande espiral narrada por Nietzche. Passamos muitas vezes no mesmo ponto, situações quase iguais. Se conseguirmos crescer, lidaremos com cada vez de forma mais presente, mais autêntica.
Minha grande vontade-frouxa de agora é fazer paz. Paz comigo. Paz com os outros.
Paz entre coragens.