Tenho observado com mais atenção o ritmo da vida.
Altos e baixos, às vezes tão juntinho que se misturam.
Nos dias cinzentos, procuro dissipar o véu das emoções revoltas, busco encontrar sentidos inesperados e acalmar minha alma.
Outro dia foi daqueles agridoces, onde o coração acolhe tristezas das mais difíceis.
Passei o dia assim, meio jururu.
Acontece.
No entanto, algo me surpreendeu e me consolou.
Mesmo coberta de névoas, consegui praticar pequenas gentilezas.
Atravessei o dia contida, sem me exigir muito. Fui uma boa pessoa, mesmo nublada por dentro.
À tarde, uma grande recompensa: consegui comprar os ingressos do WDS, minha peregrinação anual.
Ali, juntinho da tristeza, nasceu uma gratidão e uma felicidade.
Pensei no quanto me custou sair de Portland no último julho, sem certeza de voltar.
Quem me conhece, sabe. Esta viagem faz parte da minha renovação de energias, é um lugar especial para mim.
Foi duro pensar que perderia a chance.
Escrevi agradecendo ao Chris, que organiza o evento. Ele respondeu com gentileza : “GREAT!! So glad. 🙂“
Fiquei assim, segurando meu coração feliz e cansado e me deu uma paz.
A paz de saber que há sim e não por vir, mas eu escolho o peso de cada um, na medida do possível.
Eu escolho o quanto me deixo levar pelo desânimo das coisas que não tenho em minhas mãos.
Lembrei da oração favorita:
“Deus, dai-me a serenidade para aceitar as coisas que eu não posso mudar, coragem para mudar as coisas que eu possa, e sabedoria para que eu saiba a diferença”