Viver Mais Simples

Já não mais ainda

Isso de ser exatamente o que se é ainda vai nos levar além.  Paulo Leminski

Desperto cheia de sensações. Havia sonhado com um enorme jacaré.  Era preciso contê-lo e o meio para isto era eletricidade.
Primeiro eu sentia um medo e uma ansiedade. Até que não mais e já era possível libertá-lo.
Um jacaré livre, mais manso, no entanto jacaré.
Em restrospecto, percebo que a agitação do sono reflete o movimento dos dias. Esperas, mudanças por vir, sentimentos alvoraçados abalroando-se por dentro.
Fazer fronteira e ampliar fronteiras. Acolher necessidades alheias e acolher-me.
Meus dias têm sido uma revoada de pensamentos e emoções. Decisões a tomar, sim e não por toda a parte.
Respiro fundo, muito fundo.
Para além de tanto tumulto, reencontro meu lago pacífico. Peixes nadam livres, coragem pulsa forte.
Há muita dádiva e experiência nutritiva no meu campo semeado.
Apesar do sobressalto no peito, permito-me sonhar com esperança. Gestar este segundo semestre com mais amor e mais prosperidade. Deleitar-me em antecipação com as férias necessárias.
Ainda tenho tanto a decidir e realizar. Mas por um momento, deito-me no mar da boa aventurança. Confio na minha boa sorte e na potência do meu trabalho de ser quem eu sou.
Já não mais. No entanto ainda.
O presente grávido de futuro me sustenta.
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