“With every mistake, we must surely be learning.”
While my guitar gently weeps, The Beatles
Aprendi lendo o livro “Johny Bunko” e depois vi em tudo o que é lugar.
Errar é útil.
Na vida pessoal ou profissional, errar é a janela para aprender.
Uma pena que nossa sociedade tantas vezes evite o risco e invoque cautela quando é preciso coragem e desprendimento.
O temor do mau-olhado. A pressão por caminhos já trilhados (escola-universidade-pós). E suas variações (escola-universidade-trabalho-casamento-filhos). A desconfiança com escolhas diferentes do habitual (Não fazer faculdade. Deixar um “emprego estável”, etc.).
Não tenho nada contra uma jornada mais convencional, afinal segui este modelo até bem pouco tempo e não me atrapalhou em nada: formei-me no prazo regulamentar. Entrei no meu primeiro emprego (e numa multinacional) com um mês de formada. Casei-me com 22 anos.
Mesmo assim, aprendi a importância de fazer um caminho diferente, mesmo pagando o preço com erros. O valor em permitir-se errar é poder acertar onde ninguém acertou.
O primeiro navegador que enfrentou o medo da “terra plana” abriu caminho para quem eventualmente descobriu as Américas. Séculos depois, aqui estamos nós…
No trabalho e na vida pessoal, fica mais simples se aceitarmos nossa falibilidade. Sim, vamos tropeçar. Feio.
Mas podemos pedir desculpas. Podemos agir diferente. Podemos ser mais tolerantes com os outros e seus erros, quando abraçamos nossa própria imperfeição. E podemos aprender para cometer o mesmo erro de novo.
O que é o fracasso? Enquanto a vida continua, o jogo ainda não acabou. Quantas pessoas faliram, casaram-se inúmeras vezes, magoaram pessoas, jogaram dinheiro fora? Muitas.
Certamente quem aprendeu com a experiência saiu fortalecido.
Atire a primeira pedra quem nunca falhou. Portanto, porque crucificar o outro em sua tentativa de acertar, mesmo que mal-sucedida?
O caso clássico de Thomas Edison é inspirador: reza a lenda que houve um diálogo mais ou menos assim: “Como o senhor se sente tendo errado tanto até chegar à lâmpada? “. Resposta genial: ““Não fracassei. Apenas descobri 10.000 maneiras que não funcionavam”.
Abraçar nossos erros com carinho é libertador. E olhar os erros dos outros com compaixão e humildade pode nos poupar bastante também.
Há muitos bons valores que vem com saber errar: persistência, criatividade, humildade, compaixão, resiliência, senso de humor…
Eu, por exemplo, dou hoje muita risada com meus delírios de início de vida simples:
Todos meus erros me serviram. Ouvindo outras pessoas, enxergando meus exageros, evitei investimentos desnecessários e pouco promissores. Não gastei nada que não tivesse e ninguém saiu ferido com minhas experiências. Há erros muito mais graves por vir e ainda assim eles podem ser fonte de aprendizado.
Enfim, amo os meus erros e mais erros. Aprendi com eles e sou grata por isso.
Na vida pessoal, a mesma coisa. A maternidade é um campo minado… Mas ao aceitar nossa humanidade e observar padrões negativos, é possível prevenir e até usar como exemplo para os filhos.
O casamento é uma fonte de trapalhadas. Mas com entendimento de nossas fraquezas (e do outro), abre-se um caminho para o entendimento.
Errar pode ser bom. Cair não é um problema. Basta sabermos levantar (e reconhecer que, às vezes, é preciso pedir ajuda para se reerguer do chão).
Então erremos. Vamos conhecer novos caminhos, vamos experimentar novidades. E se não for bom… Tentemos de novo. E de novo.