“Se uma mulher tem muitos vestidos, tem muitos botões para pregar”
Anne Lindbergh, Presente do Mar
Sou chegada a excessos.
Generosidade. Comida. Palavras.
A vida toda vivi numa torrente de muitos e o preço por tanta abundância é alto.
Mas não apenas eu.
Quantos mais estão afogados em números, informação, e-mail, mensagens de rede social, preocupações…
Sem contar os medos mais profundos: de não ser aceito; de não ter “sucesso”; de ser considerado esquisito ou diferente.
As queixas comuns: falta de tempo, dinheiro, coragem.
Será que falta?
O tempo é sempre o mesmo, como já disse. É preciso aparar as sobras, as tantas atividades-desperdício que nos roubam das 24 horas diárias.
O dinheiro, já diziam, é relativo. O que é realmente essencial na vida? O que traz satisfação de verdade, aquela em que nos deleitamos aos oitenta anos, quando olhamos para trás?
A coragem… A coragem anda junto como medo. Se deixamos sobrar o medo, falta coragem. Mas só sabemos que é coragem, se atravessamos o medo, com medo e tudo.
Finalmente, tralhas. Para suprir nossa falta de tempo e coragem, compramos tralhas. Que nos enchem de consertos a fazer e gastam nosso dinheiro.
Não sou minimalista fanática, ao contrário, sou uma viciada em excessos buscando sobriedade.
No entanto, a simplicidade de pensar “menos é mais’ tem conquistado meu coração.
Fácil falar, difícil fazer, mas vou me treinando.
Quando sinto um aperto no peito, uma aceleração, me pergunto: o que posso fazer menos?
Preocupar-me, trabalhar? Fechar o navegador da internet, os olhos e os ouvidos?
Cortar a lista pela metade, adiar o adiável?
Tudo isso.
Tenho comprado menos coisas, desfeito-me do que não preciso, dentro e fora de mim.
Permito-me pausas, imperfeições, andar devagar. Tenho prestado mais atenção.
Aos poucos, chego num tamanho mais leve de carregar.
Menos é mais, sinto cada vez mais forte.
Um bálsamo para exageros, uma caminho para viver mais simples.
E você? O que pode reduzir na sua vida?