Antes mesmo de abrir os olhos, perfilamos a lista de tarefas do dia.
Rotinas, obrigações, deveres.
Ligamos o automático e partimos.
Stop.
O que é isso em meu peito? Um suspiro represado, um sorriso esquecido?
Uma saudade apertada, uma vontade de beijo?
Respiro.
O que é isso em meu corpo?
Cansaço? Desejo? Fome? Sede? Dor? Sono?
E se combinássemos?
Daqui para a frente, quase todo o compromisso poderá ser adiado sem muito aviso prévio.
Basta ser dia de sol e o vento estar favorável.
Ou se der uma vontade danada de visitar aquele amigo querido. Ou de dormir uma tarde inteira.
Está permitido.
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A partir de hoje, comeremos quando tivermos fome, beberemos quando tivermos sede, deitaremos quando for preciso.
Trabalharemos muito, é claro. Mas o trabalho não há de roubar saúde da alma e do corpo, porque será feito com bom ritmo e muito cuidado.
Sei que é um sonho ousado, de difícil implementação. Mas nele quero amarrar o meu arado.
Um pouco dele já está de bom tamanho.
Ouvir-me, mais atenta. Redesenhar os excessos. Deixar-me quieta por horas, esperando recarregar a bateria.
Ligar o modo manual, ajustes finos ancorados no olhar e na intuição.
É fim de um dia mais lento, amanhã novas odisseias.
Prossigo. Com mais lentidão no meu caminhar.