Navegar é preciso. Viver não é preciso.

 Em atitude, coragem, inspiração, jornada, Valores

A Odisséia tem andado no meu repertório, por várias razões.  Afinal, é uma das muitas jornadas heróicas onde o caminho tem mais significado do que a chegada.  Onde o acaso testa o protagonista, sempre sob a sombra da derrota e do medo. Obstáculos cada vez mais extraordinários tornam especial a superação passo a passo de cada pedra.

Enfim , navegar é preciso porque viver é impreciso.
Nada é certo, tudo é mutável.  Portanto aproveitar a viagem é melhor do que viver em função do destino.
E ser o herói de sua própria jornada. Imprescíndivel.

Fiz ontem um teste breve, onde precisava listar as três pessoas mais importantes da minha vida. Listei “Eu” entre elas. Assombrada, descobri que a maior parte das pessoas não se inclui nos “top” da lista.
Como viver sem se importar consigo, em primeiro lugar? Sem egoísmo, mas com a consciência de que só você pode protagonizar  sua história. Se descuidar do herói, o final não é feliz.
Perguntaram como é que eu fiz este movimento de tentar uma nova via. E a resposta, sem firulas: Fiz, fazendo. Pensei um pouco, mas só um pouco. E fiz. Pedi demissão, etc e tal. Era uma necessidade que pulsava tão forte no meu coração. Eu apenas ouvi meu coração. O resto veio depois, em cima do que eu já havia plantado e da disposição de viver coisas novas. Simples assim. Complexo assim.
Hoje apesar do famoso medo, sou inundada pelo reconhecimento alheio. “Você está tão transformada”, (mudada, mais magra, melhor). E ninguém mais me chama de maluca (pelo menos pela frente…).

Não tinha modelo validado, mapa da mina. Muita inspiração, é verdade. Muita vontade. Muita coragem. E hoje estou aqui, bem-sucedida apesar de não ter um emprego convencional ou mesmo fonte de renda própria (ainda).  Vivo do que guardei dos meus tempos de formiga e do trabalho honesto de meu  marido, mas sei que a qualquer momento isto vai mudar também. Para  melhor.
Eu sou a heroína da minha jornada. O final é feliz, mas desimportante. Por enquanto sigo. teando meu próprio tecido (e, ás vezes, desmanchando para refazer)…

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Showing 3 comments
  • Anônimo
    Responder

    Letícia querida,
    Hoje precisava muito ler algo assim. Não é à toa que estou sempre dando uma espiada no seu blog e orgulhosamente divulgando por aí…
    Beijos,
    Cláudia

  • Bernardo Carneiro
    Responder

    Lê,

    Também achei muito legal.
    O birasblog é um comentário spam. Sugiro que você o remova do seu blog e o bloqueie.

    Beijos,

    Bernardo

  • Patricia
    Responder

    Achei este post muito interessante, por vários motivos. O título tem feito parte da minha trajetória recente, seja em letra de música que canto, ou que foi escolhida para me homenagear numa recente colação de grau, seja em conversas com amigos.
    A questão de quem é mais importante na vida é bem mais complexa para a minha geração do que para a sua, eu acho. O aprendizado de pensar primeiro na gente é dolorido para quem sempre conviveu e aprendeu pelo exemplo com gente que punha o marido, os filhos, os pais, os amigos, tantos outros na frente. Mas, eu concordo em que é fundamental ser protagonista da própria história. Dar passos para concretizar isto, não só na própria história, mas nas partes em que afeta outras histórias é muito complexo, mas quando conseguido torna o navegar bem mais preciso, no outro sentido da palavra, e eu diria mesmo mais precioso.

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