22/11/12. Um dia tão cheio de uns e dois, perfeito para inaugurar minha mais nova invenção…
E neste dia, trabalhamos a relação entre nós e o outro.
Tão difícil e tão necessário praticarmos entender e ser entendido.
Tão fácil nos perdermos nas arestas de nossos relacionamentos. preconceitos, dificuldades, imperfeições.
A isso nos dedicamos por noventa minutos. Sobre isso quero falar hoje.
Lembrei de um post de tempos atrás, quando meu marido tirou a barba cultivada desde o começo de nossa história juntos.
Uma mudança tão prosaica, causou em mim uma rejeição imediata. Como se, ralo abaixo, fossem juntos barba e o homem que eu conhecia.
Felizmente, logo este sentimento foi se transformando. E o aprendizado que ficou foi este:
No começo é estranhamento
Uma reação natural ao que é pouco familiar é a rejeição. A criança com seu “não comi, não gostei”. Os adultos, julgando por aparências ou diferenças de estilo.
A possível aceitação
Conscientes de nossa reação instintiva, podemos tentar o próximo passo: mesmo sendo diferente de mim, pode ser bom. Ou: posso lidar com o que é incômodo para mim.
Sem esta abertura, é impossível perdoar, aprofundar conexões ou mesmo ser resiliente com pessoas inevitáveis em nossa vida, mas que nos deixam desconfortáveis.
Usufruir da diferença
Ás vezes, com um pouco de sorte e trabalho, podemos até desfrutar do que nos desconcertou!
Tomando emprestado frase que aprendi com André Dametto:
“Se me informa, é seu. Se me incomoda, é MEU“.
Ou seja, quando uma pessoa nos irrita, aponta caminhos para nosso próprio crescimento. Se é tão doloroso, tem algo aí… O que poder ser?
Neste dia 22/11, usamos o teatro para caminhar por este trajeto de como lidar com o outro. A atriz e psicóloga Lucrécia Corbella nos contou dos rituais, da preparação, nos trouxe exercícios para “vestir” um personagem. Fizemos um belo percurso juntos, que resumo assim:
1) Estar presente no corpo. Pés no chão. Quadris encaixados. Respiração no diafragma. Olhos alinhados no horizonte. Eu, inteiro, agora.
2) Observar o outro: como ele é. O que o move. O que ele esconde e revela?
3) Incorporar o outro. “Vestir” o outro dentro de si. Experimentar estar neste lugar diferente, que é o mundo do outro. Como um personagem.
Não é tão simples. Quanto mais diferentes, mais difícil acolher. Mas entender a verdade do outro nos liberta para escolher:
Confiar ou fazer fronteira. OU Resguardar-se, proteger-se, fazer fronteira.
Duas opções válidas, dependendo do caso. Mas é preciso fazê-las conscientes, inteiros.
Para fechar, perguntas organizadoras, para evocar em nós estes passos tão necessários.
1) Estar presente. 2) Observar 3) Incorporar a verdade do outro.
Saímos felizes, inspirados pelos textos de Antígona que praticamos juntos. Quem somos nós? Tiranos, rebeldes, resignados? E o outro? O que o outro PODE, CONSEGUE ser?
Não podemos mudá-lo, somente entendê-lo e agirmos para conciliar. Nós e o outro.
Este é um post da série “Oficinas Viver Mais Simples em 90 minutos”. Mais sobre este projeto AQUI.
Próxima edição: Olhar diferente, com Leticia Silva e a fotógrafa Simxer.
Quarta-feira, 12/12/12, na sede da Amaivos (Praça Tiradentes 73/2o andar), Centro do Rio
INSCRIÇÕES AQUI
Investimento: 100 reais por pessoa. Duplas pagam 50 reais, cada um.
Esta iniciativa Contém Amor: 30% da receita vai para a Amaivos.