O lixo extraodinário

 Em amor, atitude, inspiração, lazer

Esta semana vi o documentário “Lixo Extraordinário” de Fernando Meirelles sobre Vik Muniz e seu projeto no lixão de Jardim Gramacho.
Ainda sinto o terremoto de emoções provocado por este poema audiovisual. Diga-se de passagem, filme improvável na minha lista, notória preconceituosa com o cinema nacional e documentários. Sem tentar me justificar, veja bem. É irracional.
Nem sei por onde começar a lista de motivos para você ir ontem ver o filme. E pensar sobre como contribuir para um mundo diferente, mais justo, solidário e bonito.
Na impossibilidade de descrever todas as incríveis nuances desta preciosidade, faço um pequeno exercício de dez reflexões a partir do que vi. Perdoem por antecipação se soar piegas. Mas é de coração:

  1. A arte é transformadora de realidades. Trazer a arte para quem não tem arte (ou nada), muda o mundo.
  2. Não negue amor ou beleza ou sucesso ou glamour (ou uma viagem á Londres) com pena “do que será dele quando eu me for?”. Isto vale inclusive para crianças órfãs. Memórias felizes aquecem o inverno, lembram?
  3. Uma andorinha faz verão, sim. A iniciativa de um homem,  mesmo que amparado por outros, moveu a realidade de Jardim Gramacho. Este homem é Vik? Ou é Tião?
  4. Ser alegre sob o desafio de condições extremas, pode ser um legado inesquecível.
  5. O Brasil pode dar certo. E tem muita gente acreditando nisso.
  6. Cada um pode um tanto. Outros mais, outros menos. Entenda qual é o seu tanto, mas respeite o tanto dos outros.
  7. Pense bem no que vai jogar no lixo. Se puder reusar, reciclar e DOAR. Faça já. O que é lixo para você,  pode ser sonho para outro.
  8. O trabalho infantil é inaceitável. Não o aceite, não o incentive.
  9. Se quem não tem nada pode virar um sucesso: nós, que tivemos tudo, estamos esperando o quê?
  10. Se quem não tem nada pode ser grato: nós, que tivemos tudo, estamos reclamando do quê?

Conclusão: nada do que eu disse chega aos pés da beleza, profundidade, imensidão e relevância desta história tão lindamente contada. Portanto largue o blog e vá ao cinema. Recomendo o Odeon, na Cinelândia, para que ainda possa vislumbrar o Teatro Municipal no seu esplendor e glória após a reforma!

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Showing 3 comments
  • Anônimo
    Responder

    Pois é, citando o grande S. Paulo: "Nada temos que não tenhamos recebido".
    bjs, Virginia

  • Eliana Brasiliense Pimentel Batista
    Responder

    Assisti o documentario na semana passada. Nao me surpreendi com a realidade retratada no documentario porque conheco-a, mas nao deixei de me emocionar ao ver o doc. Fiquei imaginando a vida dos outros tantos catadores do lixao, mas o que mais me impressinou foi o descaso das autoridades (municipal, estadual e fedral) com as condicoes de vida dos trabalhadores do lixao. Lembro-me das cenas que se passaram nas casas de cada um dos principais personagns': criancas brincando no meio do lixo e esgoto, juntamente com os porcos. A pergunta que me atormenta e: sera que o Eduardo paes e o Sergio Cabral ja assistiram o documentario? Em caso popsitivo, nao vi, nao ouvi nenhum comentario a respeito. Ganhar o Oscar ou nao, nao tem a menor importancia, o que importa e a mudanca que este doc. Possa fazer pelos trabalhadores e moradores de Jardim Gramacho.

  • Leticia Carneiro da Silva
    Responder

    Em tempo… Não está mais passando no Odeon, de acordo com meus colaboradores! Agora você pode ver no Laura Alvim às 13h40 ou Botafogo Arteplex às 17h40.

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