O quintal em todos nós

 Em citações, equilíbrio, memórias felizes
Tenho hábito (mania?) de colecionar fragmentos de revistas… Ideias, artigos, dicas… Mas sempre me questiono sobre juntar coisas, portanto decidi trazer alguns para o blog e assim tirá-los da gaveta:
O primeiro é um texto da Danuza Leão, da revista Cláudia de abril deste ano,
Eu geralmente não gosto muito dela, acho meio “madame” demais. No entanto achei muito bonita a reflexão sobre a importância do quintal na formação de todos  nós. E de como esta lembrança, quando já somos adultos, pode nos transportar nos momentos difíceis para um lugar de paz.
Eu tenho três quintais-abrigo na minha vida:

O primeiro, é o da Chacrinha, casa de minha avó Gisela. Lá, o quintal tem três partes: uma logo rente á casa; o pomar, no fundo, cheio de árvores exóticas como Cabeluda e Grumixama; e a divisa entre os dois, onde fica o maravilhoso pé de Ameixa de Madasgacar.  Esta frutinha rara é também um convite á reflexão : é preciso amaciá-la para que fique doce. Se não a enrolamos na mão, aquecendo-a, ela fica dura e sem graça…
O segundo quintal, o da casa da minha avó Regina. Piso de cimento, rede e uns canteirinhos no fundo.  Os bouganvilles da vizinha dona Ariema debruçavam-se com pencas de flores rosas, roxas. E tinha uma roseira num beco, onde um murinho separava a casa da rua (e eu  volta e meia usava como atalho!).  Hoje a Barão da Lagoa Dourada, 266 virou um prédio, mas ainda posso sentir o cheiro de chuva no piso quente.  E lembrar de quando eu jogava bola sozinha, tendo como parceiros de brincadeira o telhado e a força da gravidade.
O terceiro é o maior quintalzão, em Trindade, casa de minha tia avó Maria.  Passei muitas e muitas férias ali, comendo creme de leite com açúcar roubados da despensa. Eu e minha grande amiga e comadre Anninha.
Sempre falo que meu apetite por mudança se lastreia em minhas raízes tão fundas. Estes três lugares, mais a Praia de Carapebus, são minha base e meu continente original. Agora, adulta, me conforto nos dias nublados com eles e com meus continentes móveis: Lucrécio e as crianças.
E você, que lugar da memória te acalma nos tempos de ventania?
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Showing 1 comments
  • Patricia
    Responder

    Ah, minha filha, esta nossa telepatia… Meu tema de reflexão de ontem foi justamente "quintal", leia-se lugar de memórias felizes. Todos os seus são meus também. Mais a Chácara de Dona Stella Landim, na Rua do Sacramento, que aliás tinha dois quintais para mim, o dela e o de Vovó Fifi, um com pé de lichia, o outro com romãs e roseiras. Há algum tempo, dei-me conta de que tenho um novo lugar de memórias felizes, o Chalé da EAU, onde canto descalça, com minhas bandas variadas e formadas na hora, sabendo que tudo sempre dará certo porque o amor é incondicional de todas as partes. Quintal para mim é isto: um lugar que adquire significado porque o amor está na semeadura. Vamos fazer do nosso projeto de paisagismo mais um lugar de memórias felizes? Girassóis para o Léo, flores de maracujá para Olívia, jasmins para nós duas, Lucrécio pode exercer seu direito de pitaco, na melhor tradição de Tio Ricardo, e reservamos um cantinho para outras flores que virão enfeitar nossas vidas.

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