Pé com pé
Sou pedestre.
Não é uma ideologia radical, apenas uma escolha reforçada pela prática cotidiana.
Gerir meu tempo. Não ter que me estressar buscando uma vaga. Pagar meu aluguel com o que eu gastaria num carro. Estimular a boa forma física. Proteger o meio-ambiente. Diminuir o congestionamento do Rio de Janeiro e de São Paulo.
Todos são bons motivos. E ainda há muitos outros.
Mas o principal, cada vez mais, é a simplicidade.
No livro Presente do Mar, Anne Morrow Lindbergh fala “se você tem muitos vestidos, terá muitos botões para pregar”.
Um carro é assim. Manutenção, gasolina, lavar. Estacionar, preocupar-se com o flanelinha, descobrir arranhões e amassados. Participar em colisões e discussões no trânsito.
Não odeio carros. Gosto de dirigir, gosto de uma estrada. Mas está mais fácil assim.
É claro, preciso sair mais cedo de casa. Ônibus e metrô têm seus desconfortos, especialmente em horários de pico. E, não nego, pego táxis com razoável frequência.
Mas já experimentei, por breves períodos, ter novamente um carro na garagem. Não gostei.
E agora, mais do que nunca, também valorizo a economia de ser pedestre.
Esta semana descobri (pelo Destak) que um ano pagando estacionamento diariamente equivale a um carro novo ou ao meu aluguel. Sem contar IPVA, gasolina, a supracitada manutenção, etc.
Não sou ingênua, tenho um estilo de vida adaptado e planejado para a vida pedestre:.
Moro em uma área favorável, onde tudo se faz a pé. A escola de minha filha está a cinco minutos daqui. Meu filho vai de condução. Tenho uma rede de cafés próximos onde recebo meus clientes.
Nem todo bairro favorece ser pedestre. E nem todos estão dispostos a abrir mão do conforto de um carro, que é inquestionável.
Mas é possível mudar. Se você anda estressado, sem dinheiro ou precisando de exercício…
Por que não?
PS: Ah, e também tem a bicicleta… Eu sou meio medrosa, mas recomendo muito!