Tenho meditado muito sobre relacionamentos.
O outro sempre me assombrou. Sou ávida por pertencer.
Daí um problema.
Entre eu e outro, há sempre espaço para um abismo de mal-entendidos:
Expectativas, ranços do passado, histórias mal-contadas, etc e tal.
Ando meio fatigada de cultivar relações áridas.
E pergunto-me: o que fazer com isso?
Não dá para viver repisando tristezas e espantando mágoas.
O que fazer com isso, pergunto-me?
Meu coração responde:
“Eu quero andar com quem gosta de mim. Do jeito que eu sou.”.
Simples assim.
Então, para você que é candidato/a uma boa amizade, algumas pistas:
Eu gostaria de amigos que…
– Perdoem minhas imperfeições (já aviso que são muitas).
– Com bom humor, desafiem meu massacrante perfeccionismo…
– Saibam que sou sensível. Palavras duras, sarcasmo, ser o centro da piada me machucam.
– Entendam que sou obra em processo e portanto tenho recaídas constantes nos meus pecados habituais: querer ajudar quem não quer ajuda; ser crítica; ser brava, só para citar alguns.
-Perdoem-me sempre que possível.
– Quando não for, digam-me com firmeza amorosa que eu cruzei a linha.
– Permitam-me reparações.
– Reconheçam seus 50% no que deu errado entre nós.
– Digam-me uma palavra doce quando eu estiver triste.
– Saibam notar que estou triste.
– Falem-me sobre as coisas boas que faço, especialmente se forem um bom serviço ao mundo ou aprendizado no ser mais eu ou melhor eu.
– Não me levem muito a sério, mas me levem muito em conta.
– Riam comigo, dancem comigo, celebrem a vida comigo.
– Lembrem-me que a gratidão é meu maior antídoto para tudo.
Claro que é impossível fazer tudo isso todo o tempo. Mas se a intenção for legítima, vai dar certo. Eu já tenho amigos assim.
E prometo retribuir. Esforçar-me para devolver o que peço, com amor e alegria.
Ser boa companhia. Apoiar os dias difíceis. E respeitar nossas diferenças, discordando com respeito.
Quando tudo falhar, pedir desculpas sinceras.
Viver mais simples quase nunca é fácil. Implica em escolhas inéditas, diferentes até mesmo do que se espera da gente.
Sigo neste caminho por teimosia. E a única forma de ser inteira.
Anseio por boas companhias nesta jornada, mas não pretendo pagar qualquer preço para estar acompanhada.
Vem comigo?