Portas de fechar
Desbravar caminhos é bom para mim. Abrir a picada na mata virgem, a trilha própria que só serve aos meus pés.
Mas tenho refletido muito sobre o preço desta vida bandeirante.
Testar e aprender é meu modus operandi. Assim ponho em ação sonhos ainda tenros e vejo para onde eles vão.
Nada errado com isso.
A questão, sempre, é a medida.
Algumas estradas dão em lugar nenhum e, às vezes, é penoso voltar até o ponto original da encruzilhada.
Outras, exigem tanto que não vale a pena insistir.
Tenho aprendido a mapear estes “nós” que tomam energia e tempo. E sempre que possível, os desfaço com coragem.
Há um tanto que vem planejado. Novas ideias, novos eventos, novos projetos.
Outro tanto vem de improviso: convites, oportunidades.
De todo o jeito, invariavelmente me pego no turbilhão.
Mas agora sei mais que antes. Hora de parar, dizer não, cancelar, adiar, desistir.
Dizer não é tantas vezes dizer sim.
Nem sempre é fácil. O parceiro é querido. O projeto, interessante.
Mas persisto.
Escolher, focar, eleger o que é mais coerente com o caminho que escolhi. O que cabe na minha vida, sem esgarçar-me.
Há pedras no caminho, claro.
Enfrentar a vergonha de voltar atrás.
Desapegar-me de compromissos.
Mas, ao final, sustentar o que é mais essencial na vida pessoal e profissional vale o esforço.
Sigo atenta, consciente de que criar novidades está dentro de mim e, vez ou outra, pode sair de controle.
Novamente é tempo de reorganizar tarefas, revisar projetos. Portas de fechar, para outras abrir…