Todos temos algum super-poder: habilidades especiais, algo único a contribuir para o mundo.
Não existe peça sobressalente no relógio do mundo, aprendemos com Hugo Cabret.
Só que toda moeda tem duas faces. Junto com nosso poder mágico, costuma caminhar nossa fraqueza.
O exagero ou omissão em praticar nossa virtude transforma-se em armadilha. Todo mundo tem as suas.
Via Pinterest de Marília Reis |
Primeiro eu:
Há os mais relaxados em relação à vida. E há os exigentes, como eu.
Exigentes com o outro, exigentes consigo.Tudo pode ser um pouco melhor e outro sempre sabe um pouco do que não sabemos.
Uma busca infinita e desgastante, um enxugar gelo cotidiano. Eu e meu chicote na mão.
Querer melhorar é muito positivo. Mas, às vezes, eu exagero. E vinha exagerando.
Apesar do trabalho hercúleo de manejar empreender e família, ainda estava insatisfeita comigo.
Revoltada com minha lerdeza, meus “ataques” e frustrada com a lentidão de alguns progressos.
Mas para toda fragilidade há sempre algum tipo de antídoto. No meu caso, foram três:
Ancoragem
Depois de uns tempos negligenciando minha ancoragem, montei um novo sistema de apoio para o meu caminhar.
Uma ótima terapeuta. Um grande mentor. Uma parceira para co-corpar. Um pouco de exercício. Dormir um pouquinho à tarde. Minha fisioterapeuta com poderes mágicos. Florais. Um companheiro de guerra, sereno o suficiente para ancorar meu maremoto.
Bons ouvidos
Ouvidos amigos que me recontaram tudo que eu conquistei e produzi nestes poucos meses de 2012: a evolução do conceito de organização de ideias. O novo patamar alcançado pela Nutshell, com seis propostas em andamento, dois projetos, os primeiros clientes individuais de organização de ideias.
A nova forma de estar no mundo.
A maior sobriedade.
Eduardo, Érica e Lucrécio foram maravilhosos ouvidos para minhas angústias. Abriram amorosamente meus olhos para meus pontos fortes, minha resiliência, minha capacidade de persistir no caminho próprio.
E o custo, o custo a ser pago e que está sendo pago, de forma digna e possível.
Também fiz bonito e soube ouvir de volta e reconhecer o meu progresso e minha humanidade.
Autoconhecimento
Há anos atrás, descobri meu vulcão interno.
Minha intensidade, minha exigência, minha “incansabilidade”.
Que tem seu lado bom: a capacidade de construir do nada, de mobilizar pessoas a sonharem junto. Trafegar entre os mundos do abstrato e do concreto.
Mas tem seu lado negro… Exagero, exagero, EXAGERO:
Avançar no meu limite. Atropelar o outro. Ficar ranzinza, intolerante, agressiva.
Há tempos, meu coach me dizia: “Lembre-se que és mortal”.
Agora evoco minha mortalidade para humildemente reaprender o ritmo saudável de caminhar.
Feliz por não estar só, ter meus super-poderes de renascimento e transformação, meu otimismo…
É hora de guardar meu chicote e ser mais mansa comigo e com os outros.
Agora você… Qual é a sua armadilha?Quais são os antídotos para ela?
Este é um post da série: “?”. Mais detalhes sobre esta história,AQUI e AQUI.