Qual é a sua lembrança mais antiga?

 Em 6 bilhões de outros, memórias felizes

Minha lembrança mais antiga é uma arte que fiz quando bem pequena…
Devia ter uns dois ou três  anos, já que meu irmão Bernardo era bebê…

Estava na casa de minha avó Gisela, uma casa antiga com quintal, no interior.
Era hora de voltar para casa, mas eu havia escapado dos olhares adultos. Estava na parte de trás da casa, onde havia uma torneira brotando do chão, ao alcance de minhas mãozinhas pequenasi… Lembro-me da água caindo na terra. Da terra virando lama.
Ainda sinto uma vaga sensação da água fria, do cheiro da lama que se formava…
E aí lembro dos gritos de frustração dos adultos: Eu “prontinha” para viajar, no meio de uma poça de água suja de terra.
Mas não tenho memória de susto ou de preocupação.
Sentia-me legítima ali, com minha lama e minha travessura.  Não me intimidaram os adultos, eu estava no meu mundo.
Acho que foi a primeira vez que me lembro de desafiar a ordem das coisas. E já ali me sentia bem com isso…  Havia valido a pena.  A água correndo, a lama lúdica sujando o que  talvez fosse uma roupinha azul. Era meu experimento, na minha hora… E foi divertido!
Hoje, claro, respeito mais o tempo dos outros.
Mas ali, naquele quintal molhado. Sozinha com minha curiosidade e meus sentidos, ali está minha primeira memória de um experimento meu. Uma boa memória…

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