Quebrando pratinhos
Sou fascinada por equilibrismo, já me conheço bem…
Pisco o olho, voilá! Pratinhos voando por todos os lados. Menos mãos e braços do que eu gostaria.
Sinto que minha vida toda é um pulso:
Perto, longe.
Vazio, cheio.
Percebo que, nos últimos meses, passei um tempo “no automático”. Pagar contas, avançar, experimentar aqui e ali para expandir.
Agora, mais serena e otimista, posso escolher mais.
E escolho quebrar alguns pratos.
Já sei como é.
Primeiro passo, olhar sem pressa tudo que está na minha vida e nos meus planos.
Cada projeto, todos com sua penca de tarefas anexadas.
Ver o que tenho, para enxergar o que posso.
Este é tipicamente o momento “oops, de novo”. Quando percebo que criei mais do que posso realizar.
Segundo passo: sintonizar-me com o meu dentro. O que palpita mais, o que me energiza?
Ouvir o que acende meu coração. Para seguir verdadeira com meu propósito.
Mas também há o que é preciso, mesmo um pouco chato. O que contribui para uma causa maior, mesmo trabalhoso.
Persistir no que é pavimento. Investir no que viabiliza o caminho.
Terceiro passo: Dizer sim para o que está florescendo. Dizer não para o que está engasgado.
Alguns projetos ganham corpo com relativo menor esforço. Plantamos (o que é trabalho), mas a colheita vem sem demasiado sacrifício.
Trabalho de jardinagem.
Cuidar das plantas que crescem. Guardar ou desistir das sementes que não.
Bem engavetei umas cinco iniciativas de variados tamanhos, só esta semana.
Fico aliviada.
Eleger o que permanecerá caminho. Para a caminhada ser possível.
Quarto passo: cautela ao abrir novas frentes.
Há o inevitável. A nova sala que preciso encontrar. O novo exame oral que requer prática e estudo. Estas frentes pedem um abraço calmo e firme.
Outros convites são tentações.
Tudo que posso adiar, será adiado.
Tudo o que não for sintonizado com meu eu mais profundo, não será.
Dizer não, para dizer sim.
Sei que no seu devido tempo, estarei novamente revendo pratinhos. Mas só por hoje, vou cuidar de minha energia, focando no que é preciso e mais promissor.
Menos é mais: a estrada é longa.