Um dos exercícios mais fascinantes de minha nova vida é contrastar as imagens que as pessoas tinham de mim (ou ainda têm) com meu atual jeito de ser.
Divirto-me quando não me reconhecem (ainda acontece, acreditem) ou o olhar surpreso de quem não me viu depois da mudança de visual.
http://jorgebichuetti.blogspot.com |
De tudo, no entanto, o que mais me toca é quando alguém fala de um comportamento passado e eu tenho a chance de refletir o quanto eu mudei (e o quanto ainda falta…).
Como a história de “prever o futuro”: algumas pessoas se referem a mim como alguém que vivia planejando tudo com data e hora para acontecer. Como se minha vida estivesse escrita numa agenda, com tudo cuidadosamente previsto.
Não por acaso trabalhei com Pesquisa de Mercado por tantos anos. Minha paixão por respostas, embalada no conforto de metodologias e em ser uma “orácula” formava uma combinação irresístivel…
No fundo, acho que eu sempre carreguei elementos de “control freak”, uma pessoa obcecada por prever, planejar e controlar os resultados de forma compulsiva.
Sim, estou em recuperação. Sinto-me mais confortável com o acaso, gosto de experimentar coisas novas ( o famoso “Por que não”?). Aceito minha falibilidade. Estou mais curiosa e ouvindo mais.
No entanto aprendi, nos tempos de coaching que nossos monstrinhos se calam mas não morrem… Portanto meu lado controladora ainda está por aí, talvez nem tão no fundo quanto eu gostaria.
Aprendo muito sobre como mudar este padrão com minha parceira de Odisseia, Érica Cavour. Estava preocupada com o segundo Workshop do Odisseia. Estava decidindo datas arrojadas para vários outros eventos de meus múltiplos empreendimentos.
Então chega a vida e me mostra que o que tem ser, será:
As possibilidades para o Odisseia começaram a se delinear com força na hora que tinha que ser. Claro que a partir de sementes plantadas e de esforço de divulgação, mas após um tempo de espera e conversas por acaso com as pessoas certas…
As datas planejadas para tantos outros eventos não se concretizaram por motivos vários, mas uma maratona de encontros acontecerá durante três dias em São Paulo na próxima semana. Uma agenda variada e maravilhosa.
Minha conclusão: desejar, pensar e sonhar podem ser mais poderosos do que planejar, perseguir e se estressar. Uma conexão mais misteriosa, porém não menos efetiva, como aprendi com uma leitura recente.
Domingo comecei uma nova viagem para São Paulo, onde muitos encontros e presentes inesperados me esperavam (e esperam).
Pouco a pouco, venço a mania de controle para permitir isto.
E você, o quanto tem sabido esperar que as coisas aconteçam na sua hora?