Sempre apressada, eu.
Pensamento veloz, tarefas encadeadas, um ritmo incansável.
Cansei.
Estou aprendendo a esperar.
A pausa para o outro respirar, falar, andar.
A pausa para eu respirar, escutar, ficar.
Silêncio, pausa, contemplação. Tudo isso traz presença.
Uma janela para a satisfação. O carinho de sentir-se plena de realizações, nutrição e sonhos.
O tempo escorrendo suave, gota a gota. E ainda assim, rio.
Olhei esta semana os desenhos de minha filha de quatro anos. O que eram borrões, já são formas humanas, eu com ela dentro da barriga. O pai, o irmão.
Olhei meu filho, pedindo um livro sobre folclore. Ajudando a tirar a mesa.
O tempo passou e vai continuar passando.
Mas quero aprender a esperar e assim poder observar o tempo escorrer mais manso.
Ver, sentir e tocar as experiências virando memórias felizes virando tudo que nos preenche e ensina.
Espero para caminhar. Espero para frutificar.
Espero, grávida de mim mesma.