Desconfio que os livros falam.
Ou melhor. Sussurram.
Descobri após uma manhã dentro de uma livraria, com meu marido e dois filhos pequenos.
Pinterest via Virginia Stevenson |
Tudo era convite.
O cheiro de papel novo. O suave farfalhar do virar de folhas.
O amor pela palavra e pelas gravuras, espelhado na reverência dos compradores e vendedores.
A festa de cores e formas nas pilhas e pilhas de livros.
Antigos, novos, de todo o tipo.
Um par de horas neste jardim de sonhos e meus filhos foram se impregnando com as palavras.
Cada um ganhou um livro, escolha difícil entre tantas tentações.
Ali, já folheavam seus presentes. O mais velho contando história para a mais nova.
No final do passeio, uma surpresa: o totem que “sorteava” trechinhos de poemas de Drummond. Mistura de realejo com máquina de extrato bancário.
Ali já éramos todos crianças e todos poetas. “A bunda, a bunda, redunda”.
Olivia deliciada em saber que um poema pode ser travesso.
Saímos de alma lavada e coração saltitante.
No caminho, brincávamos de rimas. O molho sem olho. A rolha e a bolha. E assim fomos.
Éramos metáforas, verso e prosa. “Mãe, já sei qual é o chulé da cabeça: é o piolho”, disse Léo.
Os livros sussurram. Sussurram segredos e histórias para que viremos todos personagens de uma história com final feliz.
Para fechar, uma linda história sobre livros.