Tanto chão

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O dever de casa de hoje era decorar uma caixinha, simbolizando minha relação com o dinheiro.

Pus dourado, para me lembrar da prosperidade que quero para mim. Dinheiro no bolso, preocupação fora da cabeça.

Pus babados de papel de bala de coco cor de rosa. Para recordar-me que é preciso leveza e que conto com meu feminino para alimentar a reconexão com ser fluida, lépida e sinuosa.

Road to Nowhere de Aaron J. Groen

Completei honrando minha história.
Fotografias de meus filhos, meu marido.
De mim.
De meus parceiros Érica e Caio.
De meus pais e avós.

Olhei para dentro e vi uma emoção bem grande.
Tanto chão.
Meu. De quem veio antes. De quem veio depois. De quem veio junto.

Tão difícil lidar com dinheiro.
Fazê-lo. Escolher como gastá-lo.
Tão difícil o medo de faltar.

Mas tenho todo este chão, para me acolher, me suportar, me inspirar.
Caminho nele com gratidão, espantando a falta de coragem.
Tanto chão se passou. Tanto chão por vir.
Chão de plantar boas sementes de esperança.
Chão de onde brota tanta colheita.

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