Turbilhão
Estou turbilhão.
Neste ar acelerado de nosso tempo.
Interagindo. Recebendo. Emitindo. Executando. Planejando.
Turbilhão estou.
Por isso hoje tentei um pouco de folga. Permitir perceber o ar fresco do mar próximo, mas invisível.
Ouvir os pássaros da tarde (com mais competição que pássaros da manhã bem cedo).
Reconhecer o pulso acelerado, os dedos cansados de tanto teclar. O peito hesitante: feliz ou não?
Nem saberia dizer, estou turbilhão.
Ainda redemoinho, busco encontrar o sentido do meu caminhar.
É como derrapar numa estrada de areia. Não sei bem o que estou fazendo, mas parece que chegarei de novo no rumo certo.
Silêncio meu, abrindo espaço para os ruídos do fora. O latido do cão. A música. O suave ronronar de carros na rua vizinha.
Silêncio meu, abrindo espaço dentro. Abrindo avenidas.
Que sou turbilhão. Mas, aos poucos, acalmo estas águas.
É isso mesmo, quando a gente derrapa numa estrada de areia, deve virar o volante a favor da derrapagem. Nunca contra.
Bjs.